Jonas e Raúl.Marítimo meteu-se cá num 31

Jonas e Raúl.Marítimo meteu-se cá num 31


Avançado do Benfica marcou o seu 31.º golo da época, central do Marítimo foi o pior inimigo da própria equipa.


Elementar, meu caro Watson. OBenfica venceu a Taça da Liga é uma frase que já se repetiu seis vezes em apenas oito edições. Não houve, nesse aspecto, surpresas em Coimbra. A equipa de Jorge Jesus venceu o Marítimo por 2-1 e juntou mais um troféu ao campeonato conquistado na passada semana, fechando em alta a temporada 2014/15.

Jonas foi a figura do jogo (uma frase que este ano também não é surpresa). Obrasileiro esteve no centro da polémica quando viu um golo ao Marítimo, na última jornada da Liga, ser anulado – otento permitir-lhe-ia vencer o troféu de melhor marcador do campeonato, em vez de JacksonMartínez. O avançado esqueceu-se desse 31 e meteu o Marítimo noutro ao fazer o 1-0 num cabeceamento de classe. Oavançado de 31 anos termina a época com… Isso mesmo, 31 golos: 20 na Liga, 6 na Taça de Portugal e 5 na Taça da Liga. Depois ainda teve mais uma intervenção de categoria no lance que culminou no 2-1 de Ola John. Não bastava um endiabrado Jonas, os insulares tiveram de lidar com um inimigo interno. Raúl Silva voltou a ser expulso, pela terceira vez em meia época na Madeira. Ocentral deixou Ivo Vieira numa alhada (ou num 31, se preferir) e dificultou a concretização de um sonho para todos os adeptos maritimistas.

Os Jo(h)nas O Marítimo conseguiu o primeiro remate perigoso, aos 10 minutos. Oesforço de Xavier foi travado por Júlio César. Pé ante pé, o domínio das águias ia ficando cada vez mais notório. No entanto, acabou por ser num lance casual que Lima ficou cara-a-cara com Salin. Oavançado brasileiro falhou o 1-0 de forma incrível. Quando voltou a surgir a oportunidade, Jonas não desperdiçou. Com técnica impecável, o avançado cabeceou sem hipótese para o guarda-redes maritimista.

Não que o Benfica estivesse a fazer uma grande exibição, longe disso, mas a haver uma equipa em vantagem era lógico que fossem os encarnados. Apesar disso, os campeões nacionais perdiam demasiadas bolas nas saídas para o ataque. A pressão do Marítimo fazia efeito, embora a formação de Ivo Vieira abusasse da dureza na abordagem aos lances. Xistra ia avisando os jogadores mas demorava muito a mostrar o primeiro amarelo. Porém, adivinhava-se que quando os amarelos começassem a sair, os insulares poderiam vir a ter problemas. Raúl Silva não demoraria muito, na segunda parte, a provar a profecia que fizéramos bem antes. 

Benfica conquista o 75.º troféu da história, ultrapassando o FCPorto (74), que ficou a zeros esta época

O central brasileiro batia em tudo o que mexia. Oseu currículo disciplinar até aqui (nove amarelos e dois vermelhos em 17 jogos) não era pura coincidência.OMarítimo reentrou bem e podia ter empatado logo na primeira investida à baliza de Júlio César. Quase de seguida Raúl Silva viu o segundo amarelo e deixou a equipa com dez. Parecia o fim da picada para os verde-rubros. Mas, desta vez, o infortúnio até se revelaria positivo. Ivo Vieira não fez entrar nenhum central, numa atitude corajosa, e menos de dez minutos depois o Marítimo conseguia empatar. Um toque de classe de João Diogo, só com o guardião do Benfica pela frente, foi o suficiente para fazer renascer as esperanças insulares.

Sem Raúl, a equipa conseguiu ter mais cabeça. E enquanto teve pernas, dificultou ao máximo a vida a um Benfica em superioridade numérica. A partir dos 70 minutos, a pressão do Benfica intensificou-se e Ivo Vieira teve de reagir. Tirou Marega, fez entrar um central (Rossi), numa clara mensagem à equipa. Era preciso aguentar até aos 90 minutos e tentar resolver o jogo nos penáltis. A jogar com dez, não se podia exigir mais aos insulares.

O golo de Ola John (que entrara por Sulejmani) chegou a dez minutos do fim, precedido de um fantástico domínio de bola de Jonas. O resto é história. OBenfica conquista o 75.º troféu no futebol, ultrapassando o FCPorto (74), que ficou em branco esta temporada. Ocaneco levantado por Luisão em Coimbra é o sexto em oito edições da Taça da Liga, o quinto conquistado por Jorge Jesus. Quando a sua continuidade ainda está por decidir, JJ chegou ao 10º título na Luz. Um número que não deixa dúvidas sobre o trabalho do treinador português.