© Antonio Cotrim/Lusa
Parece que o país não tem assuntos graves para discutir e resolver. A classe política adora salamaleques e cerimoniais e quando lhes falta o palco choram como cabritos.
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O governo decidiu reconduzir por mais cinco anos Carlos Costa como governador do Banco de Portugal e saltou logo o PS a protestar e a gritar indignado que tinha sido a nomeação menos democrática dos últimos anos.
A decisão, legítima e esperada, foi comunicada por telefone, logo às oito e meia da manhã, a António Costa, líder do PS. Os socialistas ficaram incomodados? Talvez.
Era melhor para o espectáculo que o primeiro-ministro tivesse convidado António Costa a ir a S. Bento para lhe dizer em meia hora de audiência o que lhe disse em 20 segundos ao telemóvel.
Assim o líder da oposição não teve direito a televisões em directo para dizer umas banalidades. E quanto à democracia, que enche tantas vezes as bocas dos políticos que todos os dias atentam contra a mesma, Carlos Costa vai ser ouvido no parlamento e todos os partidos podem colocar-lhe as questões que quiserem. Sem direito a veto, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos.
É a lei nacional, foi aprovada e está em vigor. O que faz correr então o PS? A necessidade de se pôr em bicos de pés e entrar a despropósito na casa dos portugueses. O ridículo, mesmo em política, às vezes mata.