28 de Janeiro de 1908
Estava em curso há algum tempo um movimento revolucionário na capital com o objectivo de derrubar a monarquia. O governo de João Franco tentava travar a todo o custo a agitação nas ruas com a detenção dos principais organizadores. As detenções por conspiração fizeram explodir o golpe, com Afonso Costa no comando do movimento. Na véspera, dia 27, já havia sido distribuído pelo Partido Republicano um manifesto contra a política de perseguição que estava instalada. Os quartéis e as esquadras de polícia ficaram de prevenção com o agudizar da situação. O movimento revolucionário de 28 de Janeiro fica conhecido como a “intentona da Biblioteca”.
29 de Janeiro de 1908
João Franco decidiu que os presos tinham de ser castigados de forma exemplar. O ditador reuniu o Conselho de Ministros e redigiu um decreto que punha fim às imunidades parlamentares, bem como determinava a deportação para as províncias ultramarinas dos que atentassem contra a segurança do Estado.
1 de Fevereiro de 1908
Os jornais abrem com a publicação do chamado “decreto do desterro”, entretanto já assinado pelo rei D. Carlos dias antes. Quando chega a Lisboa no dia do seu assassinato, D. Carlos ainda pergunta como está a situação em Lisboa. O rei estava consciente das consequências do decreto. João Franco respondeu que estava tudo calmo. Pouco passava das 17h quando o rei e o príncipe herdeiro,D. Luís Filipe, eram assassinados no Terreiro do Paço.
21 de Maio de 1908
Cerca de quatro meses após a morte do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, o então rei D. Manuel II escreve como viveu a morte do pai e do irmão, retratando como Lisboa estava num “estado de excitação” desde o dia 28 de Janeiro.
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