Os Tubarões A última das propostas em cartaz e a primeira que aqui vai. Tudo se explica. Os Tubarões, nome grande da música de Cabo Verde, o bando liderado por Ildo Lobo, cuja canção “Labanta Braço Grita Bo Liberdade” serve de subtítulo ao festival deste ano. Levanta o braço, grita a tua liberdade, é por aqui, sempre foi por aqui que os Tubarões andaram. Entre os anos 70 e os anos 90, para depois ficarem mais duas décadas sem dar grande sinal de existência. Pelo meio, em 2004, morreu Ildo Lobo, cantor, claro que sim, mas sobretudo dono do palco, verdadeiro tubarão. O regresso é feito com músicos de outros tempos e outros que entretanto chegaram. Morna, funaná, coladera, é para todos, sempre foi.
Dia 29, 21h30, 8€
Colonialism Sucks Um filme que é uma animação, mesmo que o tema não o seja assim tanto. A partir de uma investigação pelos arquivos do Museu Real de Engenharia, Sanaa Hamid (fotógrafa britânica de ascendência asiática) constrói uma colagem animada que quer mostrar o que foi o colonialismo e o que fez ao mundo. Os paradigmas sociais e económicos, as movimentações militares, os comportamentos e os legados. Tudo o que já é história, mas de outro modo, com outro formato. Na mesma noite há ainda “Cabralista”, de Valério Lopes. Um documentário que não é sobre Amílcar Cabral, o líder guineense morto em 1973, mas sobre a sua herança e os que seguiram o movimento que iniciou.
Dia 26, 21h30, entrada gratuita
Baile das Independências A palavra-
-chave aqui é gumbé, que ninguém se esqueça. Gumbé como música tradicional de Guiné-Bissau – melhor dizendo, um dos estilos que fizeram a tradição cantada e dançada do país, que a lista é grande, a lista é bonita. O protagonismo neste campeonato é dado a Djumbai Djazz, o colectivo que tem em Maio Coopé o seu chefe maior. O Ocidente da África com o os outros Ocidentes, não há por aqui grandes fronteiras, ainda que se escute, sem qualquer dúvida, de onde vem tudo isto. É um baile, senhoras e senhores, um baile. É tudo o que interessa.
Dia 23, 23h, entrada gratuita
Filhos do vento É o título de uma exposição mas é muito mais que isso. Filhos do vento era o nome dado aos filhos de militares portugueses com mulheres africanas. “Portugueses suaves” era outra das expressões usadas, tal como “restos de tuga” ou “sobras do branco”. Os militares desapareceram ou voltaram, os filhos ficaram. Manuel Roberto fotografou-os, diz que muitos ainda querem saber quem é o pai, e então? O Clube dos Jornalistas atribuiu-lhe o Prémio Gazeta Multimédia no ano passado, pouco depois era criada a Associação Filhos de Tuga. E houve mais retratos feitos, mais haverá.
Amanhã, inauguração da exposição às 18h, foyer do 1.o andar