Ao fim de uma semana de intensos combates, a cidade histórica de Palmira caiu para os radicais do autoproclamado Estado Islâmico, que na noite de quarta-feira tomaram o controlo da cidade do deserto sírio, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que está a alertar para o risco de destruição das ruínas da cidade antiga, monumentos com mais de 2 mil anos classificadas como património mundial da UNESCO.
Vários combatentes ouvidos pela AFP diziam esta quarta-feira à noite que as forças do presidente Bashar al-Assad estavam a recuar a todas as posições tanto na cidade como nos arredores, incluindo em Badya, no aeroporto militar e na prisão, que o exército do Daesh (acrónimo árabe para o autoproclamado Estado Islâmico) ocuparam durante a noite.
Palmira tem uma importância estratégica por servir de ligação entre o Iraque e a província síria de Deir al Zur, um dos bastiões do Estado Islâmico, com os arredores de Damasco.
O Daesh, que proclamou há perto de um ano um califado no Iraque e na Síria, já controla mais de metade do território sírio e está presente em nove das 14 províncias do país, em guerra há mais de quatro anos, depois da revolta contra o regime de Bashar al-Assad.
Na ofensiva a Palmira, que começou a 13 de Março, já morreram pelo menos 462 pessoas pessoas, entre elas 71 civis, segundo o OSDH: 22 pelo impacto dos combates entre jihadistas e o exército de Assad; os outros às mãos dos extremistas do autoproclamado Estado Islâmico. Em Al Ameriya e Al Sujna, duas localidades nos arredores de Palmira, foram decapitadas dez pessoas.
Desde o início da ofensiva jihadista que a UNESCO alerta para o risco que correm as ruínas da cidade antiga. Numa nota divulgada esta quarta-feira, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, apelou para o “fim imediato” das hostilidades na cidade. Com Lusa