As Forças Armadas portuguesas perderam quase 2200 efectivos no último ano. De acordo com a Síntese do Emprego Público (SIEP) do primeiro trimestre de 2015, divulgada nesta sexta-feira, os três ramos militares tinham 29 855 pessoas no final de Março deste ano, o que representa uma diminuição de 2173 pessoas (-6,7%) em relação ao final do primeiro trimestre de 2014. Os dados do SIEPrevelam ainda que a quebra foi de 2,9% (-920) em relação ao final do ano passado. Números que constituem as maiores reduções entre os vários grupos profissionais a trabalhar no Estado e que podem ser explicados fundamentalmente pelo número de aposentações.
Os professores do ensino básico e secundário/educadores de infância foram o segundo grupo com a maior redução. Os 128 837 professores registados no final de Março deste ano traduzem um decréscimo de 1659 efectivos (-1,2%) relativamente ao período homólogo de 2014. Já em termos trimestrais verificou-se um acréscimo de 755 trabalhadores face a Dezembro. As forças de segurança foram o terceiro grupo que mais efectivos perdeu em termos homólogos, e o segundo em termos trimestrais. Os dados daDirecção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) indicam que, no final do primeiro trimestre, estavam a trabalhar 51 647 trabalhadores, ou seja, menos 286 do que um ano antes e menos 297 do que em Dezembro de 2014.
A análise do i ao quadro da DGAEP permitiu concluir que entre os 20 grupos profissionais com dados estatísticos, 15 registaram uma quebra do número de efectivos em termos homólogos, e em apenas cinco se verificou um aumento. À cabeça, surgem os médicos com um acréscimo de 510 trabalhadores para um total de 27 579. Em termos trimestrais, o crescimento é ainda mais acentuado (1563).
Os trabalhadores do Fisco surgem a seguir com uma subida homóloga de 112 efectivos, e de 439 em termos trimestrais, para um total de 9527 pessoas no final de Março deste ano. O número de professores do ensino universitário subiu para 13 736 docentes, o que traduz um acréscimo de 94 professores em relação a Março de 2015, mas de apenas 28 face a Dezembro passado. Já as instituições do ensino superior politécnico registaram uma quebra de 38 professores, em termos homólogos. Se a comparação for com Dezembro verifica-se, no entanto, uma subida de 43 docentes.
Os magistrados e os técnicos superiores de saúde foram os outros grupos que registaram um crescimento do número de efectivos. No primeiro caso, de 21 e 29 para um total de 3879 magistrados, enquanto que no segundo grupo a subida ficou-se pelos 4, em termos homólogos. Face a Dezembro, o Serviço Nacional de Saúde tinha menos 3 técnicos.
Em termos globais, a DGAEP contabilizou 656 750 trabalhadores nas administrações públicas, o que representa um decréscimo de 14 415 efectivos (-2,1%) relativamente ao final do primeiro trimestre de 2014. Já em relação ao trimestre anterior, o SIEPaponta para um aumento de 930 trabalhadores (0,1%).
O acréscimo trimestral é o resultado “do aumento do número de trabalhadores nos estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde e estabelecimentos de ensino básico e secundário do Ministério da Educação e Ciência, durante o primeiro trimestre do ano”, explica a DGAEP. Na administração local e nas regiões autónomas o número de trabalhadores diminuiu quer em relação ao final do ano passado (-193) quer em relação a Março de 2014 (-3469).
Já o Sector Empresarial do Estado da Administração Central no final do primeiro trimestre deste ano tinha 102 187 trabalhadores, menos 1702 do que em Março de 2014, mas mais 1173 do que em Dezembro. Nos Açores, o número de efectivos subiu em ambos os períodos em análise. Na Madeira, desceu em termos homólogos, mas subiu face a Dezembro e nas autarquias registou uma descida de, respectivamente, 518 e 20 efectivos.