Skoda Fabia e Octavia. Checos com cobertura para uma escolha muito racional

Skoda Fabia e Octavia. Checos com cobertura para uma escolha muito racional


A Skoda melhorou em tudo. Testámos o novo Fabia, que na versão carrinha é o rei do espaço na bagageira. Revisitámos o Octavia Break.


Há meia dúzia de anos uma amiga que ocupava um cargo com razoável destaque no aparelho de Estado dizia-me com ar contristado: “Tenho uma certa vergonha do meu Skoda.” Tinha um Octavia 1.9 TDi com três ou quatro anos. O que a desgostava? O conforto, as prestações, algum problema que o carro lhe tivesse dado? Nada. Estava tudo bem, o carro servia perfeitamente para as necessidades da família e não havia outras queixas. Nem sequer a mais recorrente de todas, que é o valor de retoma quando o quisesse trocar. O seu único lamento era o emblema que o carro tinha no capô. Faltava-lhe estatuto, nem mais.

Esta atitude ainda é comum em Portugal, onde a marca, seja lá do que for, é importante como factor de distinção. Mesmo os miúdos quando vão para a escola não querem umas sapatilhas, querem as sapatilhas X,Y ou Z, porque se forem outras têm vergonha dos colegas.

É isso que se passa e sem dar exemplos fora da família podemos acrescentar que um VW tem muito mais estatuto que um Skoda ou um Seat, por exemplo, apesar de todos pertencerem ao grupo VW e serem construídos com uma grande percentagem de peças absolutamente iguais… Evidentemente que os modelos das várias marcas do mesmo segmento não são absolutamente iguais. Diferenciam-se evidentemente pelas linhas, mas também por alguns materiais do interior, nomeadamente a qualidade dos plásticos e também de alguns pormenores de montagem. Mecanicamente as diferenças não são de palmo.

Da marca checa testámos uma novidade, o Skoda Fabia, e revisitámos o Octavia, dois modelos a ter em conta na hora da escolha.

Skoda Fabia e Skoda Fabia Break Em relação ao Fabia, que vem bater-se num muito competitivo mercado do segmento B, o de maior volume em Portugal, testámos a versão 1.2 TSi, por certo não a mais vendida no nosso mercado, onde o diesel ainda seduz a maioria das pessoas, embora o diesel custe mais (para as mesmas potências) cerca de 3500€. A diferença de preço entre os dois combustíveis já não justifica a escolha do diesel e, além do mais, para amortizar a diferença é preciso fazer no mínimo mais de 15 mil quilómetros por ano. Aí ainda continua a ter muito peso o valor de retoma na troca.
Este Fabia 1.2 TSi na versão de 110 cv é muito divertido de conduzir, o motor é muito suave e tem boa entrega, quer nos percursos citadinos quer em estrada, onde o novo chassis se revela bastante eficiente. O espaço interior chega para um casal com dois filhos e o espaço para bagagem é de 330 litros. Por mais mil euros é possível comprar a carrinha recentemente chegada ao mercado, que tem um volume de bagageira de uns espantosos 530 litros.
Em percurso misto conseguimos, em andamento normal, com duas pessoas a bordo, um consumo médio de 5,9 litros/100 km.

Octavia Combi Break Green Line Quanto à Octavia Combi Break, que já não é novidade no mercado nacional, revisitámos, quase um ano e meio depois do lançamento, a versão com motorização 1.6 TDi de 110 cv com o nível Greenline (26 293 euros), que continua a revelar-se uma boa opção, quer a nível de espaço interior, quer para os passageiros, quer para objectos, com muitos locais de arrumação. A capacidade da bagageira é gigantesca, com 610 litros, maior que alguns modelos do segmento acima.

A posição de condução é boa e a localização dos comandos está muito bem pensada. Em andamento a suspensão mostra-se eficaz, filtrando bem as irregularidades, o que aliado a uma construção competente evita também ruídos incomodativos no interior.

Num percurso misto, que incluiu alguma cidade, muita estrada e via rápida, e para uns 30% de auto-estrada, a média de consumo foi de 5,8 l/100 km.