Depois de jogar, vê os encontros do Sevilha “para corrigir erros”. Aleix Vidal não é o típico futebolista. Andou perdido muito tempo pelas divisões secundárias. Quiçá por isso leve muito a sério a oportunidade que tem agora numa equipa de topo como o Sevilha. É um extremo de raiz, que Emery por vezes recua para lateral. Foi nesta posição que ontem decidiu a primeira mão da meia-final a favor do Sevilha com dois golos. Gameiro também marcou na vitória por 3-0 sobre a Fiorentina. Mas foi a bota de Vidal que desenhou o mapa de Varsóvia, cidade onde se jogará a final desta Liga Europa. Com o seu precioso contributo, oSevilha está muito perto de chegar pela segunda época segunda consecutiva à decisão, algo que o Benfica conseguiu nos dois anos anteriores. Oclube parece talhado para as grandes ocasiões. Nunca foi eliminado em meias-finais e não parece que seja desta.
Previa-se um duelo equilibrado entre os quintos classificados das ligas espanhola e italiana. AFiorentina entrou bem e Mário Gómez podia ter marcado logo aos cinco minutos. Empurrado por um ambiente fantástico, o Sevilha não demorou muito até tomar conta do jogo. E os espanhóis foram mortíferos, marcando na primeira oportunidade criada. Vidal subiu à área e aproveitou a assistência deBacca. O remate cruzado do lateral não deu hipótese a Neto. Enquanto no jogo anterior em casa, com o Zenit, o Sevilha tinha demorado mais de 70 minutos para fazer um remate à baliza, desta vez a formação deUnai Emery surgiu com a lição bem estudada.
Praticamente no lance seguinte, o ex-sportinguista Matías Fernández podia ter empatado. A pontaria dos viola continuava por afinar e no banco Montella desesperava. Um golo fora de casa costuma ser essencial neste tipo de eliminatórias. AFiorentina manteve a boa reacção ao tento sofrido e voltou a criar perigo para Rico. Depois de Gómez e Matías, foi Salah a desperdiçar.
A partida continuava num ritmo alto, com ambas as equipas a jogar ao ataque de forma descomplexada. Até ao intervalo, os italianos continuaram a carregar mas a defesa do Sevilha deixou de cometer erros. Na frente, os espanhóis não estavam para brincadeiras. Aos 52’, Vidal entrou na área e quando todos esperavam um cruzamento, enviou a bola para a baliza. Era o 2-0, com o guarda-redes Neto a ficar mal no lance.
OSevilha defendia bem e não se preocupava com o domínio territorial dos italianos. Por esta altura, a Fiorentina já nem sequer criava ocasiões de golo. Até que Emery decidiu refrescar o ataque a 15 minutos do fim. E ofutebol tem destas coisas: Bacca fez um grande jogo mas não marcou. Gameiro entrou e fez o 3-0 na primeira vez que tocou na bola. Ocenário escurecia definitivamente para os transalpinos.
A Fiorentina não perdia fora há 12 jogos, mas não resistiu à viagem ao Sánchez Pizjuán. Não é demasiado referir o apoio incansável dos adeptos espanhóis à sua equipa;talvez não seja mera coincidência que o Sevilha tenha somado a nona vitória consecutiva em casa na Liga Europa. Os andaluzes só perderam um dos 13 jogos disputados esta época na prova, por 2-0, em Feyenoord. Em Florença, os viola terão de marcar pelo menos três para empatar a eliminatória.