“Os últimos cavaleiros”. São os últimos e pode ser que não voltem

“Os últimos cavaleiros”. São os últimos e pode ser que não voltem


Nem o vilão, um banana sem atitude, merece a nossa atenção.


Transformar cavaleiros medievais em heróis de cinema é uma óptima ideia, é mesmo. Isto é gente selvagem que tem honra coisa que chegue para fazer da epopeia um espectáculo visual, assim queiram realizador e actores, assim permitam os diálogos. Em “Os Últimos Cavaleiros” nada permite que isso aconteça, absolutamente nada.

Por aqui passa o conto do costume: era uma vez uma terra longínqua onde está quase sempre a chover ou a nevar e onde tudo existe em tons de cinzento; há uma espécie de presidente da Câmara, um porreiro que responde a um outro tipo que é quase rei, quase imperador, tirano nas duas hipóteses. E há ainda um conselheiro que é o diabo em pessoa.

Quando o Morgan Freeman (o tal senhor benevolente) decide enfrentar o despotismo de quem manda, tudo corre mal e Clive Owen, fiel defensor do seu patrão, passa a ser o protagonista de uma vingança com rancor e sangue e tudo o resto.

Caramba, se era para repetir esta fórmula não teria sido melhor fazê-lo com alguma classe? Tentar, pelo menos, ter bons diálogos, de vez em quando, vá, ou surpreender os que querem saber como isto acaba? E dizer a Clive Owen que não basta andar a cavalo e ter uma espada para ser um cavaleiro também teria sido bom. Nem o vilão, um banana sem atitude, merece a nossa atenção.