Estava um elefante na sala…


… e Passos Coelho elogiou a sua leveza.


Quando, em 2008, Manuel Dias Loureiro se juntou a António Vitorino para apresentar a biografia de José Sócrates – “O Menino de Ouro do PS” –, fez um discurso emocionado. O “barão do PSD” elogiou a sensatez, a prudência, a atenção ao detalhe, e sobretudo o optimismo do então primeiro-ministro, numa curiosa antítese da forma como actualmente o PSD se refere a Sócrates.

Poucos tempo mais tarde, já com o caso BPN na praça pública, Dias Loureiro teve de desaparecer da ribalta para aquele buraco negro no qual se encontram as todo-poderosas figuras do regime que são descobertas em saltitantes negociatas privadas de elevado prejuízo para o Estado. Este ultra do cavaquismo viria a fazer escola na respectiva comissão de inquérito ao de-senvolver a personagem de administrador incompetente que de nada sabia mantendo-a mesmo perante várias provas da sua mentira. Posteriormente surgem notícias de um desaparecimento e de uma penhora falhada. Em Julho de 2009 o “Público” escrevia: “Os imóveis de Dias Loureiro estão registados em nome de familiares ou pertencem a sociedades sediadas em paraísos fiscais. As contas bancárias que tem em seu nome, por outro lado, possuem saldos médios que não ultrapassam os 5 mil euros.”

Sem poder ser tido como presidenciável qual o seu sósia Vitorino no PS, viu-se inesperadamente elevado a referência moral do PSD. Passos Coelho, durante a inauguração de uma queijaria em Aguiar da Beira e constatando a sua presença no local, disparou rasgados elogios ao ex-administrador da SLN destacando-o como um “empresário bem-sucedido, que viu muitas coisas pelo mundo fora”, alguém que “conheceu o mundo e sabe […] que se queremos vencer na vida, se queremos chegar longe, se queremos ter uma economia desenvolvida e pujante, temos de ser exigentes, metódicos”.

Num assomo de espontaneidade, Passos Coelho ensaiou o branqueamento do caso BPN a partir da caracterização desviada de um dos seus principais executores.

Escreve à segunda-feira

Estava um elefante na sala…


… e Passos Coelho elogiou a sua leveza.


Quando, em 2008, Manuel Dias Loureiro se juntou a António Vitorino para apresentar a biografia de José Sócrates – “O Menino de Ouro do PS” –, fez um discurso emocionado. O “barão do PSD” elogiou a sensatez, a prudência, a atenção ao detalhe, e sobretudo o optimismo do então primeiro-ministro, numa curiosa antítese da forma como actualmente o PSD se refere a Sócrates.

Poucos tempo mais tarde, já com o caso BPN na praça pública, Dias Loureiro teve de desaparecer da ribalta para aquele buraco negro no qual se encontram as todo-poderosas figuras do regime que são descobertas em saltitantes negociatas privadas de elevado prejuízo para o Estado. Este ultra do cavaquismo viria a fazer escola na respectiva comissão de inquérito ao de-senvolver a personagem de administrador incompetente que de nada sabia mantendo-a mesmo perante várias provas da sua mentira. Posteriormente surgem notícias de um desaparecimento e de uma penhora falhada. Em Julho de 2009 o “Público” escrevia: “Os imóveis de Dias Loureiro estão registados em nome de familiares ou pertencem a sociedades sediadas em paraísos fiscais. As contas bancárias que tem em seu nome, por outro lado, possuem saldos médios que não ultrapassam os 5 mil euros.”

Sem poder ser tido como presidenciável qual o seu sósia Vitorino no PS, viu-se inesperadamente elevado a referência moral do PSD. Passos Coelho, durante a inauguração de uma queijaria em Aguiar da Beira e constatando a sua presença no local, disparou rasgados elogios ao ex-administrador da SLN destacando-o como um “empresário bem-sucedido, que viu muitas coisas pelo mundo fora”, alguém que “conheceu o mundo e sabe […] que se queremos vencer na vida, se queremos chegar longe, se queremos ter uma economia desenvolvida e pujante, temos de ser exigentes, metódicos”.

Num assomo de espontaneidade, Passos Coelho ensaiou o branqueamento do caso BPN a partir da caracterização desviada de um dos seus principais executores.

Escreve à segunda-feira