“Cobain: Montage of Heck”. A alma atormentada do ícone que nunca quis sê-lo

“Cobain: Montage of Heck”. A alma atormentada do ícone que nunca quis sê-lo


Não quis ser um ícone, mas os anos 90 não seriam os mesmos sem ele. Nem nós.


É o primeiro documentário sobre Kurt Cobain, autorizado e feito com a colaboração da família, através de testemunhos e acesso ao arquivo pessoal do vocalista e guitarrista dos Nirvana.

Escrito e realizado por Brett Morgen, contou com produção executiva da filha do cantor, Frances Bean Cobain, que numa entrevista recente à revista “Rolling Stone” lembrou que o pai queria que a banda tivesse êxito, mas não desejava ser um porta-voz de uma geração.

A ideia é repetida ao longo das mais de duas horas que dura o documentário e é nessa aparente dualidade que reside boa parte do percurso pessoal descendente de Kurt Cobain. Antes é-nos apresentada a sua infância e adolescência, de criança hiperactiva a jovem rebelde.

É revelado o crescimento de Cobain, entre fragilidades, medos, drogas, sensibilidade extrema e talento musical, a relação com a família, o casamento com Courtney Love e o nascimento da filha, passando, obviamente, pelos Nirvana.

Feito com filmes caseiros íntimos, gravações áudio, diários, milhares de páginas escritas, desenhos, excertos de videoclipes, concertos e entrevistas a Courtney Love, Krist Novoselic (Dave Grohl aparece apenas em imagens de arquivo) e aos seus pais, o filme é o retrato íntimo de um homem difícil de compreender na totalidade e para lá da salvação.

Não quis ser um ícone, mas os anos 90 não seriam os mesmos sem ele. Nem nós.