Passos Coelho, Mariano Gago e a gafe inoportuna

Passos Coelho, Mariano Gago e a gafe inoportuna


Pedro Passos Coelho também falou sobre a morte de Mariano Gago, mas o discurso de pesar do primeiro-ministro não saiu bem e está a ser criticado por isso.


Mencionar as divergências políticas no elogio fúnebre demonstrou uma "falta de sensibilidade chocante" ou "sectarismo político", palavras que se encontram espalhadas nas redes sociais.

 Passos Coelho fez referência ao "contributo inestimável" do antigo ministro da ciência e Tecnologia, mas começou o seu discurso lembrando o percurso de Gago nos governos de Guterres e Sócrates.
 
"Apesar de ter servido em governos do Partido Socialista. hoje lembramos sobretudo não as diferenças que tivemos em matéria de política mas a personalidade rica de homem de serviço público que deu um contributo inestimável ao progresso da ciência em Portugal e o reconhecimento público que o país lhe dve pela carreira que fez e os serviços que prestou a Portugal", disse Passos, à margem de um jantar do PSD, em Torres Vedras.
 
Para o subdirector do DN, Nuno Saraiva, "arrancar um elogio com o prefixo 'apesar de…', não é mais do que elogio em boca própria". "Na verdade, o que o primeiro-ministro está a dizer é que, apesar de Mariano Gago ser alguém por quem tinha o mais profundo desprezo político e uma total falta de consideração partidária, é tão magnânimo que, na hora da sua morte, é capaz de pôr tudo isso para trás das costas", escreveu no seu espaço de opinião.
 
Mariano Gago foi ministro da Ciência e da Tecnologia de 1995 a 2002, dos XIII e XIV Governos Constitucionais, liderados por António Guterres, e ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em novos governos do Partido Socialista – nos XVII e XVIII governos, de 2005 a 2011 -, desta vez com José Sócrates como primeiro-ministro.
 
O funeral realizou-se no sábado, no cemitério de Pechão, em Olhão.