Ao todo, juntam-se 150 trabalhos: os primeiros quadros nesta secção foram feitos tinha o pintor 60 anos. É com “The EY Exhibition: Late Turner – Painting Set Free” que o Tate Britain, em Londres, prova que os cabelos brancos podem ser um bom lugar. A exposição arranca no próximo dia 10 e estará patente até 25 de Janeiro. Maria Espírito Santo convida-o a uma tour pela mostra do romântico inglês que fez da luz e da sombra os principais aliados no pincelar da modernidade
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the blue rigi, 1841-2
Apesar de sempre se ter dedicado a retratar paisagens, foi nesta altura que Turner adoptou uma pintura esbatida, cheia de nuvens e figuras pouco definidas. Nascido Joseph Mallord William Turner, tinha um pai barbeiro que também fazia perucas: apreciava as qualidades artísticas do filho e chegava a expôr as suas obras no seu local de trabalho.
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Light and Colour (Goethe’s Theory) – the Morning after the Deluge – Moses Writing the Book of Genesis, 1843
Muitas interpretações podem ser retiradas das pinturas de Turner que deixa as coisas e lugares imersos na incerteza, na caótica passagem para o definido, para o real. Aqui a inspiração foi a grande cheia, retratada no livro do Génesis (aliás, como o próprio título indica). O pintor baseou-se ainda na Teoria das Cores de Wolfgang von Goethe para concretizar as pinturas, daí a referência.
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Ancient rome; agrippina landing with ashes of germanicus; exibida em 1839
Germânico foi um membro da família imperial romana (pai de Júlio César). Neste quadro é representada Agripina que trouxe as suas cinzas de volta para Roma, dado que Germânico tinha sido envenenado longe de casa. Os detalhes preenchem a tela apesar de desvanecidos, como se de um sonho se tratasse. As viagens que fez pela Europa, os estudos em Paris e as visitas a Veneza terão ajudado o pintor a construir paisagens únicas.
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Peace – burial at sea, 1842
Há uma espécie de ruptura ao centro e uma sensação de incompletude (na altura o quadro foi criticado por este motivo). Faz parte da colecção Turner Bequest que conta com 30 mil trabalhos do artista que se tornaram propriedade da nação, depois da sua morte. São salvaguardados pela Tate.
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regulus, 1837
Regulus foi um general romano capturado pelos cartagineses. Foi-lhe dada uma missão que falhou e como castigo retiraram-lhe as pálpebras. Às obras de Turner não faltam referências às grandes guerras e momentos épicos que ficaram para a história. Não quer isto dizer que o “pintor da luz”, como lhe chamavam, descurasse o material e as técnicas inovadoras para a época.
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war: the exile and the rock limpet; exibida em 1842
A figura central que vemos fardada, entre os destroços, assume especial relevância. Trata-se de Napoleão Bonaparte, representado durante o seu exílio na ilha de Santa Helena, em África. A este pôr-do-sol, o pintor chama “um mar de sangue”: a referência está feita em versos escritos na tela. J. M. W. Turner é recordado como um excêntrico: uma das principais companhias era o pai, assistente de estúdio durante décadas. O pintor morreria sozinho em 1851.