V&A. A luta é uma arte


São “Disobedient Objects”, armas de protesto oriundas de todo o mundo que acompanham os movimentos sociais ao longo dos últimos anos. Da década de 70 aos nossos dias, o Victoria & Albert reúne uma série de peças que ilustram um trajecto de resistência criativa. Erga o cartaz, atireuma pedra de calçada insuflável, e siga Maria…


São “Disobedient Objects”, armas de protesto oriundas de todo o mundo que acompanham os movimentos sociais ao longo dos últimos anos. Da década de 70 aos nossos dias, o Victoria & Albert reúne uma série de peças que ilustram um trajecto de resistência criativa. Erga o cartaz, atireuma pedra de calçada insuflável, e siga Maria Ramos Silva pelos corredores da contestação no museu londrino

 

[[{“fid”:”2126432″,”view_mode”:”teaser”,”type”:”media”,”attributes”:{“height”:220,”width”:158,”style”:”HEIGHT: 140px; WIDTH: 165px”,”class”:”media-element file-teaser”}}]]

Se Jay-Z tem 99 problemas, este museu tem a partir de hoje 99 peças que terão provocado as devidas ralações a muito mais de 99 pessoas. Um número nada redondo, é certo, insurrecto, mal comportado, de relações cortadas com o conforto e o facilitismo, não fossem estes “Disobedient Objects”, ou “Objectos Desobedientes”. E na verdade, feitas as contas, até conseguimos atingir a centena, já que a exposição, que se estende até 1 de Fevereiro de 2015 no Victoria&Albert, reserva simbolicamente um espaço em branco a aspirantes a activistas – e a futuros objectos desobedientes.

[[{“fid”:”2126422″,”view_mode”:”teaser”,”type”:”media”,”attributes”:{“height”:147,”width”:220,”class”:”media-element file-teaser”}}]]

O amanhã é hoje, grita a maioria das intervenções, com um cunho muitas vezes rudimentar ou artesanal, elevado à categoria de arte de forma mais ou menos involuntário. Dos anos 70 aos dias de hoje, a mostra reúne ferramentas que ajudaram a promover a agenda do protesto pelos quatro cantos do mundo. De autoria conhecida ou concebidos por criadores de origem anónima, os artefactos associados à guerrilha levam-nos aos anos 80 e aos tempos da ditadura comunista na Polónia; às ruas de Barcelona, agitadas pela greve geral de há dois anos, e pelas pedras insufláveis arremessadas pelo colectivo Eclectic Electric; e ainda à questão do sufrágio, com a marca da Women”s Social and Political Union a ocupar porcelana chinesa como se fosse o símbolo da Starbucks.

[[{“fid”:”2126428″,”view_mode”:”teaser”,”type”:”media”,”attributes”:{“height”:220,”width”:165,”class”:”media-element file-teaser”}}]]

A artilharia pesada, ou de dimensões mais avantajadas, também aqui anda. É o caso do Tiki Truck, a viatura inspirada em motivos polinésios que em 2007 percorreu as ruas de Manchester no primeiro desfile de carros artísticos, e que se tornou um emblema da contestação à pena de morte.

[[{“fid”:”2126430″,”view_mode”:”teaser”,”type”:”media”,”attributes”:{“height”:174,”width”:220,”class”:”media-element file-teaser”}}]]