O Luso Aventura é uma espécie de oásis no meio de Albufeira, ideal para os dias menos bons para praia ou simplesmente para quando quer respirar ar puro. Clara Silva andou a saltar de árvore em árvore a experimentar o arborismo, cada vez mais na moda em Portugal, e quando chegou ao chão fotografou
Quem diria que era no meio da confusão de Albufeira, entre gigantescos aparthotéis, pubs que oferecem gordurosos English breakfasts e colchões insufláveis de todas as formas e feitios, que iríamos passar um dia em contacto com a natureza?! É verdade, e o parque de arborismo Luso Aventura, em Olhos de Água, é uma espécie de oásis no meio de Albufeira. Um sítio onde se respira ar puro, onde se ouvem passarinhos e, em dias de sorte, até se avista a mascote do parque, um camaleão que observa com atenção quem anda ali empoleirado nas árvores.
Pena que a maior parte das pessoas só lá vá em dias piores para a praia ou em festas de aniversário ou despedidas de solteiro (no parque também há paintball, muito popular entre grupos em férias na zona). Talvez por isso, Xavier Vilate, um dos dois sócios do Luso Aventura, esteja sempre a ansiar por que o tempo afaste os banhistas da praia e os traga até ele – sem chinelos mas com “calçado confortável”.
O francês veio viver para Portugal em 2007 por causa do arborismo, essa actividade que por cá se tem multiplicado nos últimos anos, e que, trocado por miúdos, é nada mais nada menos que andar a brincar nas árvores.
Ultrapassar obstáculos, saltar de uma árvore para outra à Tarzan, slides mais emocionantes que o do Rock in Rio (pelo menos não há publicidade a estragar a paisagem), andar de skate entre árvores (uma das actividades mais empolgantes do parque) ou sentado numa bola (“as pessoas costumam ter muito medo desse obstáculo”, diz Xavier), passar pontes que se vão desfazendo ao estilo Indiana Jones… Horas bem passadas e que “ajudam a ultrapassar medos”, garante o dono do parque.
E é verdade, mesmo para quem tem vertigens. Há vários circuitos de arborismo, dependendo da idade, da altura e da coragem que sentir na altura, o que faz com que o parque seja bom para pessoas dos “4 aos 88 anos” – a pessoa mais velha a fazer arborismo no parque foi um “antigo bombeiro com essa idade”, recorda Xavier.
Quem está desconfiado não tem de ter medo. Se se cumprirem todas as regras de segurança é impossível cair, até porque estamos presos por um arnês e dois mosquetões. E até já animais fizeram o percurso. “Recebi uma associação de educação canina e tive de encontrar uma solução para dar equipamento aos cães e fazer os percursos: um arnês à frente e um arnês atrás… O problema é que os cães têm vertigens, mas fizeram os percursos. O pitbull ia a bombar sem medo e os outros tiveram muito cuidado para não cair… Até fizeram os slides sozinhos. Foi muito engraçado ver a relação de confiança entre os cães e os mestres.”
O interesse de Xavier pelo arborismo nasceu em França, onde chegou a trabalhar num parque que organizou um concerto de música clássica em cima de árvores. “Depois eu e o meu sócio quisemos construir o nosso próprio parque e escolhemos Portugal”, conta. Porquê? “Boas pessoas, bom tempo, boas florestas…”
O primeiro parque que construíram foi o Luso Aventura da Figueira da Foz, inaugurado em 2008, numa altura em que mal se falava de arborismo em Portugal. O parque, na serra da Boa Viagem, está mais dependente do clima e em Junho só abre aos fins-de-semana. “O da Figueira vai até ao nível ultra-avançado e até tem um obstáculo com uma bicicleta.” Mesmo assim não há que ter medo. Xavier garante que é “muito seguro”. “Parece perigoso mas há muito menos acidentes do que a andar de bicicleta.”
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Luso Aventura de Albufeira. Olhos de Água (ao lado da Residencial Santa Eulália), Albufeira. Aberto todos os dias, das 14h00 às 18h00. Preços entre 10 e 16 euros.