PS questiona tutela sobre eventuais cortes na RTP Internacional e estratégia


O Partido Socialista (PS) enviou um conjunto de questões ao ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, a questionar eventuais cortes na RTP Internacional e estratégia para as suas transmissões. As questões surgem na sequência da suspensão da transmissão das emissões para a América do Norte (Estados Unidos e Canadá), durante 24 horas,…


O Partido Socialista (PS) enviou um conjunto de questões ao ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, a questionar eventuais cortes na RTP Internacional e estratégia para as suas transmissões.

As questões surgem na sequência da suspensão da transmissão das emissões para a América do Norte (Estados Unidos e Canadá), durante 24 horas, no dia 10 de março.

De acordo com as questões enviadas a 10 de abril, a que a Lusa teve hoje acesso, o deputado socialista Paulo Pisco pergunta se “existe algum plano para uma verdadeira estratégia para aproveitar as potencialidades da RTP Internacional”, “como se repartem os custos de funcionamento” daquela antena internacional e quais os motivos que levaram à suspensão do satélite durante 24 horas.

Em entrevista à Lusa, no início de abril, o presidente do conselho de administração da RTP tinha explicado que a transmissão pelo satélite Galaxy, que serve principalmente toda a costa Oeste dos Estados Unidos, tinha sido interrompida porque a empresa tinha a informação “que o Galaxy era pouco visto”.

No entanto, “chegámos à conclusão que essa é uma verdade na costa Leste, mas que não é uma verdade na costa Oeste”, acrescentou, na altura, o presidente da RTP, que disse ter recebido “múltiplas cartas” sobre o tema, tendo também recebido o secretário de Estado das Comunidades para falar sobre o tema.

“Garanti-lhe que o Galaxy iria continuar, mas também lhe disse, de uma forma completamente aberta, que face às obrigações decorrentes do contrato de concessão de que alguma coisa iria provavelmente ter de sacrificar” e que “iríamos naturalmente ter que bater à porta de alguém para continuar a ter um serviço internacional condigno”, adiantou o gestor na entrevista à Lusa.

O gestor apontou a necessidade de “poupar na distribuição”, já que estes são custos cuja margem de negociação é muito reduzida.

A distribuição custa à RTP cerca de quatro milhões de euros e a negociação deste valor nunca irá exceder entre 3% a 4% deste montante. Os serviços internacionais da RTP, no seu todo, custam à empresa cerca de 27 milhões de euros.

Em resposta a uma questão do Bloco de Esquerda (BE) sobre o mesmo tema, datada de 14 de abril, o gabinete do ministro da tutela relembra o esclarecimento divulgado a 13 de março pelo conselho de administração da RTP, que refere que “é através do satélite em banda C, o Intelsat 805, que os operadores de cabo, ou companhias como a Dish Network, vão buscar o sinal por onde a maioria dos portugueses recebe em suas casas, mediante a assinatura daqueles operadores, a distribuição da RTP Internacional em sinal aberto nos Estados Unidos e no Canadá”.

Há alguns anos atrás, e no sentido de facilitar o acesso ao sinal da RTP Internacional a comunidades mais isoladas e que não têm possibilidade de ter antenas de maior porte para receberem o sinal, a RTP “decidiu fazer o que se designa por dupla iluminação do mesmo território, utilizando um segundo satélite em banda ku, atualmente o Galaxy 19, que já permite o acesso com pequenas antenas de baixo custo”, refere o gabinete.

“O conselho de administração da RTP recorda também, no mesmo comunicado, que na América do Norte, “mesmo as comunidades mais isoladas têm sempre a alternativa da assinatura através, por exemplo, da Dish Network, que transmite em DTH, ou seja, também por satélite””.

O gabinete de Poiares Maduro aponta ainda a “necessidade de contenção de custos da RTP internacional, especialmente quando existam redundâncias”.

*Artigo escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa