Rui Costa. A etapa por tão pouco


A vitória continua a fugir a Rui Costa em 2014. O português esteve muito perto de triunfar na sexta etapa do Paris-Nice (Saint-Saturnin-lès-Avignon a Fayence em 221,5 quilómetros) mas cedeu ao último esforço do colombiano Carlos Betancur, que já vencera na véspera e que agora é o novo líder da prova francesa. É cedo para…


A vitória continua a fugir a Rui Costa em 2014. O português esteve muito perto de triunfar na sexta etapa do Paris-Nice (Saint-Saturnin-lès-Avignon a Fayence em 221,5 quilómetros) mas cedeu ao último esforço do colombiano Carlos Betancur, que já vencera na véspera e que agora é o novo líder da prova francesa.

É cedo para falar em qualquer tipo de maldição mas Philippe Gilbert pode ter alguma coisa a dizer a Rui Costa. O belga que foi campeão do mundo em 2012, em Valkenburg, teve uma época seguinte para esquecer, alcançando a primeira vitória da temporada na 12.ª etapa da Volta a Espanha, a 5 de Setembro. Antes disso, acumulou cinco segundos lugares – um em Março, outro em Abril e três em Agosto. Rui Costa já vai em quatro.

Tudo começou na Volta ao Algarve, com o estatuto de “primeiro dos últimos” em três das cinco etapas. Depois de lançar a vitória do companheiro Sacha Modolo, cedeu os triunfos para Michal Kwiatkowski e Alberto Contador. Em França, na chegada a Fayence, o contexto pareceu perfeito para o primeiro triunfo desde o título mundial em Florença. A etapa, com várias contagens de montanha, chegou com os favoritos no mesmo grupo à última dificuldade – uma subida curta mas com uma percentagem complicada – e o chefe-de-fila da Lampre apareceu bem colocado. Vincenzo Nibali perdeu o contacto, enquanto Tom-Jelte Slagter (vencedor da etapa de quarta-feira) assumiu a dianteira. Já dentro dos últimos 300 metros, numa curva apertada à direita, Alexis Vuillermoz caiu após ultrapassar Slagter e bloqueou-lhe o caminho, abrindo um fosso de vantagem para Rui Costa, que seguia em terceiro. O português não esperava aquela oportunidade mas aumentou o ritmo, tentando fazer a diferença para ganhar a etapa. Até aos últimos metros seguiu na frente, mas Carlos Betancur, colombiano que vencera na véspera, perseguiu a roda do português e levou a melhor na chegada.

“Correu bem num final que era muito adequado para mim. Não poderíamos ter feito melhor”, assumiu no final da etapa o novo camisola amarela, que aproveitou a bonificação para ultrapassar Geraint Thomas (Sky). Há mais duas etapas, ambas com montanha, e o colombiano reconhece que é cedo para fazer grandes prognósticos sobre um eventual triunfo: “Estou numa boa posição neste momento mas ainda há três bons corredores que são perigosos. Começo a ficar cansado e temos de ser capazes de lidar com os quilómetros que temos para fazer.”

Carlos Betancur não exclui Vincenzo Nibali da luta depois de o italiano ter perdido 41 segundos na etapa. Na classificação geral, o ciclista da Ag2R tem oito segundos de vantagem sobre Geraint Thomas e 18″ sobre Rui Costa, enquanto Zdenek Stybar é o primeiro fora do top-3, a 22 segundos. Com Nibali em 23.º a mais de um minuto (1″05″”), a prioridade da Astana poderá transferir-se para Jakob Fuglsang. O dinamarquês voltou a ter uma etapa positiva e é sexto na geral a 25″”. Curiosamente, o primeiro corredor à frente de Nibali é outro português, André Cardoso, que está a 1″02″” de Betancur e é o mais bem colocado entre os ciclistas da Garmin.

A sétima e penúltima etapa traz duas contagens de montanha de primeira categoria mas logo na primeira metade da tirada. O último segmento da ligação de Mougins a Biot Sophia Antipolis é mais plano e com menos dificuldades.