Impresa rejeita alteração do panorama televisivo para resolver problemas da RTP


O presidente do grupo Impresa, dono da SIC, rejeitou hoje a alteração do panorama televisivo para “tentar encontrar soluções para os problemas da RTP”, manifestando-se confiante na posição que o ministro que tutela a comunicação social venha a tomar. “Penso que não se pode partir do particular para o geral, ou seja, ao tentar encontrar…


O presidente do grupo Impresa, dono da SIC, rejeitou hoje a alteração do panorama televisivo para “tentar encontrar soluções para os problemas da RTP”, manifestando-se confiante na posição que o ministro que tutela a comunicação social venha a tomar.

“Penso que não se pode partir do particular para o geral, ou seja, ao tentar encontrar soluções para os problemas da RTP alterar o panorama televisivo. Deve ser ao contrário, deve-se partir do geral para o particular e é isso mesmo que estamos confiantes que o ministro com a área da comunicação social [Poiares Maduro] venha a fazer a curto prazo”, afirmou Francisco Pinto Balsemão, no Funchal, quando questionado sobre a eventual emissão de canais temáticos da RTP em sinal aberto, na Televisão Digital Terrestre (TDT).

Francisco Pinto Balsemão referiu que, enquanto o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Rural, Miguel Poiares Maduro, não se pronunciar publicamente – o que deverá acontecer na quarta-feira, na sequência de uma audiência que o governante solicitou na Assembleia da República para apresentar aos deputados a visão do executivo para o futuro da RTP – não tem “mais nada a dizer”.

O responsável, que falava à margem da inauguração da exposição “Expresso 40 anos”, lembrou a este propósito um comunicado emitido em conjunto entre a SIC e a TVI.

No comunicado, de 27 de setembro, as duas estações televisivas anunciaram que admitem avançar judicialmente contra a deliberação da ERC que deu “luz verde” para a RTP Informação e RTP Memória serem emitidas em sinal aberto.

Questionado sobre o interesse da Cofina, proprietária da CMTV, do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios, entre outros títulos, num canal em sinal aberto na TDT, o presidente do grupo Impresa adiantou: “[São] peças de um puzzle que não pode ser resolvido por casos concretos e individuais”.

“Deve haver uma estratégia geral para o que é que pretendemos em matéria tecnológica, se é o HD [alta definição] ou não é – para nós é –, que tipo de mercado é que podemos ter em termos publicitários, tendo em conta a grave crise da publicidade e depois que espectro existe para distribuir, tendo em conta a solução que se der aos primeiros dois problemas, da tecnologia a adotar em termos de emissão e da criação de condições de concorrência leais e não desleais”, acrescentou Francisco Pinto Balsemão.

Em carta a que a Lusa teve acesso, datada de 13 de setembro, e assinada pelo próprio líder da Cofina, Paulo Fernandes, o grupo comunica à ERC que “desde já manifesta e formaliza o desejo de concorrer a futuras concessões de alvará para televisão FTA [Free-to-air, televisão em sinal aberto] no quadro da TDT, comprometendo-se a apresentar um projeto de interesse nacional, com qualidade técnica, privilegiando a produção nacional e a língua portuguesa”.

A inauguração da exposição itinerante sobre os 40 anos do semanário Expresso, que se mantém até dia 20 na Praça do Município, juntou, pela primeira vez num ato oficial, os presidentes cessante e eleito da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo respetivamente, a quem Albuquerque desejou “as maiores felicidades”.

O aniversário do Expresso é ainda assinalado na Madeira com uma conferência “Turismo – Tanto para oferecer, tanto para fazer”, hoje à tarde.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa