Cerca de 10.800 pessoas visitaram, no último mês, a exposição sobre o escritor José Saramago na Casa dos Bicos, em Lisboa, onde a Fundação do Nobel da Literatura foi inaugurada, a 13 de junho, feriado municipal.
Contactada pela agência Lusa para um balanço deste período de atividade aberta ao público, a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, mostrou-se "muito satisfeita" com a afluência de público ao espaço onde esta entida passou a funcionar, com o espólio do escritor.
"Até ao dia 01 de julho recebemos dez mil visitantes. Nas primeiras semanas a afluência era contínua e permanente. A Casa dos Bicos estava sempre cheia", disse a presidente da fundação.
No entanto, essa afluência teve uma grande quebra a partir de 01 de julho, altura em que as entradas começaram a ser pagas, a três euros.
"No início, veio muita gente para conhecer a Casa dos Bicos, a exposição e a biblioteca. Agora a afluência é muito mais reduzida. Vêm mais os 'saramaguistas', aqueles que são grandes admiradores do escritor e da sua obra", avaliou.
Pilar del Rio indicou que, desde 01 de julho, a Casa dos Bicos recebe uma média diária de uma centena de visitantes, mas apenas 80 por cento acabam por pagar, porque as crianças até 12 anos não pagam e os séniores (a partir dos 65 anos) também não.
Pouco antes da inauguração oficial da Fundação na Casa dos Bicos, a presidente tinha anunciado que os portugueses iriam pagar três euros, e os estrangeiros entre cinco e seis euros.
"Achávamos que os portugueses, porque iriam visitar mais vezes a Casa dos Bicos e trazer amigos ou família, deveriam pagar menos do que os estrangeiros. Mas as leis europeias não permitem esta diferenciação", explicou.
Sobre o programa cultural que a entidade vai dinamizar a partir de setembro, será essencialmente com lançamentos de livros, teatro, leituras, cinema e conferências.
O horário de abertura ao público é das 10:00 às 18:00 (com última entrada às 17:30) nos dias úteis, e das 10:00 às 14:00 (com a última entrada às 13:30) aos sábados. A Fundação não fechará em agosto.
Na Casa dos Bicos, está patente a exposição permanente "A Semente e os Frutos", que reúne livros que Saramago traduziu, manuscritos, notas pessoais, agendas, recortes de jornais e os livros do autor, com uma seleção de exemplares em português e edições noutras línguas.
Poesia, crónicas, romances, fotografias que recordam as amizades de Saramago, a atividade cívica e política, a família – os avós da Azinhaga, a quem aludiu no discurso na Suécia, na altura da entrega do Nobel, em 1998 – cobrem as paredes do espaço expositivo.
Também está disponível equipamento de áudio com entrevistas, discursos e vídeos documentais.
No fim da exposição, há um espaço onde foi reproduzido o primeiro escritório onde Saramago escreveu, contendo a secretária e outros objetos pessoais, como os óculos e a máquina de escrever.