O Sindicato Independente dos Médicos vai propor ao ministério a realização de uma reunião no dia 13 de Julho, e reitera que não estão criadas condições para negociar antes da greve, disse à Lusa o presidente da estrutura sindical.
"Vamos sugerir uma reunião no dia 13. Dado o historial das situações de falta de palavra, os médicos, depois de muito bem ponderadas várias questões, entendeu que a negociação deveria ser sempre depois da greve", afirmou Jorge Roque da Cunha.
O Ministério da Saúde e dos sindicatos representativos dos médicos (SIM e FNAM) tinham marcada para hoje à tarde uma reunião, mas no sábado à noite os sindicatos fizeram saber que afinal não iriam comparecer no encontro.
No entanto, o ministro mantém a intenção de comparecer na reunião à hora marcada e esperar pelos sindicatos, tendo reiterado o apelo ao diálogo.
Confrontado com esta intenção do ministro de manter a reunião, Roque da Cunha considerou que "faz parte da encenação do ministério".
"Esperamos que o ministro mantenha a dignidade do Estado e do Governo, não entrando em encenações mediáticas, porque os sindicatos já tornaram claro ontem [sábado] que não iriam à reunião", afirmou.
Em causa estão, por um lado, declarações feitas pelo ministro, segundo as quais a possibilidade de pedir uma requisição civil estaria em cima da mesa no caso de "situações extremas", que os sindicatos entenderam como uma ameaça.
Por outro lado, um conjunto de contrapropostas apresentadas pela tutela aos médicos, cujo conteúdo está "tão distante" das reivindicações dos clínicos "que não se justifica qualquer reunião negocial antes da realização da greve".
Roque da Cunha refere especificamente um dos pontos referidos pelo Ministério da Saúde, em que este se dispõe a retomar o processo de negociação das grelhas salariais após a desconvocação da greve.
Para o presidente do SIM, é inaceitável que o ministro da Saúde faça depender da desconvocação da greve o retomar da negociação, ainda para mais quando situação semelhante ocorreu no passado, sem sucesso.
Roque da Cunha lembrou a greve às horas extraordinárias marcada para Dezembro e que foi suspensa para que se reiniciasse a negociação da grelha salarial.
"Seis meses depois ainda não foi apresentada uma proposta concreta", afirmou, acrescentando que já não há condições para acreditar na palavra do ministro.
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