Marcha pelos hospitais reuniu quatro mil pessoas em Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha


Cerca de quatro mil pessoas marcharam esta noite em simultâneo nas cidades de Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha em defesa dos serviços hospitalares, numa iniciativa promovida pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde. "Estimamos que se tenham concentrado em frente ao hospital cerca de 3000 pessoas, num sinal muito claro ao…


Cerca de quatro mil pessoas marcharam esta noite em simultâneo nas cidades de Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha em defesa dos serviços hospitalares, numa iniciativa promovida pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde.

"Estimamos que se tenham concentrado em frente ao hospital cerca de 3000 pessoas, num sinal muito claro ao ministro [da Saúde] para que pondere muito bem o relatório final sobre a reorganização hospitalar, porque não admitimos não ser ouvidos nem aceitaremos qualquer decisão", disse à Lusa António José Correia, presidente da câmara de Peniche.

A cidade, onde a reorganização hospitalar que está a ser estudada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) prevê o encerramento dos serviços de urgência, bateu esta noite o recorde de adesão à marcha simultânea promovida pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde, que arrancou nas três cidades às 21:00.

Ao som de um grupo de acordeões e acompanhados de ranchos e coletividades do concelho, a marcha de Peniche foi não só a mais concorrida como a mais reivindicativa, com a população a exigir ao ministro Paulo Macedo que "não remeta para as administrações hospitalares a decisão de encerrar as urgências e que assuma essa decisão política", acrescentou António José Correia.

Torres Vedras e Caldas da Rainha registaram índices de adesão entre as 400 e 500 pessoas, que ouviram das respetivas comissões palavras de ordem em defesa das valências dos seus hospitais e recados à tutela para que comissões e autarquias sejam ouvidas na reorganização a exigindo "equidade no acesso das populações de todos os concelhos aos cuidados de saúde", afirmou António Curado, da Plataforma.

"Através desta ação interpelamos mais uma vez o ministro a que responda aos pedidos de audiência e que ouça as comissões que são quem pode trazer algum bom senso a todo este processo", enfatizou Jorge Ferreira da Comissão de Utentes de Saúde – Torres Vedras, responsabilizando o governo pelo "desmantelamento dos serviços hospitalares que não pode conduzir a uma poupança à custa de vida humanas".

As marchas que terminaram nas três cidades cerca de hora e meia depois de iniciadas, foram mais uma das ações de protesto que tem marcado a contestação popular à reorganização hospitalar que prevê a fusão do Centro Hospitalar Oeste Norte (que integra os hospitais das Caldas da rainha, Peniche e Alcobaça) e o centro hospitalar de Torres Vedras (composto pelo hospital distrital e Sanatório José Maria Antunes) num centro hospitalar único para todo o Oeste.

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, garantiu, em março, que nenhuma decisão seria tomada sem ouvir os municípios, mas a ARSLVT admitiu ter sido enviado ao Ministério um relatório final, sobre o qual as autarquias e comissões ainda não foram ouvidas.

Depois da marcha simultânea a plataforma anunciou esta noite uma nova ação de protesto, um debate agendada para a próxima sexta-feira, em local ainda a confirmar, e que contará com a participação de Ana Escobal, da Escola Nacional de Saúde e dos bastonários das ord