Gestora do projecto garante que cada euro do Estado investidoem Alqueva gera pelo menos 4,45 euros de retorno


 


 

Cada euro do Estado investido no empreendimento do Alqueva gera, pelo menos, um retorno de 4,45 euros para a economia nacional, segundo estimativas provisórias reveladas hoje à Lusa pelo presidente da empresa gestora do projeto.

O Estado investe no Alqueva um valor que corresponde em média a 35 por cento do investimento total no projeto e "é expectável que este investimento público tenha um retorno para a economia nacional", disse o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), João Basto.

"Se considerarmos apenas a componente de investimento proveniente do Orçamento do Estado, por cada euro dos contribuintes investido no Alqueva há um retorno para a economia nacional de, pelo menos, 4,45 euros", disse.

No entanto, continuou, se considerarmos o investimento global no projeto, que, além de verbas do Orçamento do Estado, inclui também fundos comunitários, "por cada euro investido no Alqueva há um retorno de pelo menos 1,56 euros".

"É um retorno considerável", disse João Basto, frisando que a EDIA sente-se "relativamente confortável" com os números, porque já são "significativos" apesar de serem provisórios e não contabilizarem o valor gerado por todas as valências do Alqueva.

Os números, "longe de serem finais", resultam do "esforço" feito pela EDIA para começar a contabilizar o valor gerado pelas valências do projeto, explicou.

Segundo João Basto, os números contabilizam apenas o valor gerado pela conversão da agricultura de sequeiro em regadio, as mais-valias energética e de fornecimento industrial e os impactos do Alqueva na criação de emprego e através dos impostos gerados pelo aumento da atividade agrícola na região.

Os números não contabilizam o valor do abastecimento público de água às populações, os impactos do Alqueva na agroindústria e na diminuição das importações de produtos agrícolas e dos efeitos negativos das alterações climáticas.

Também ainda não está contabilizado o valor da reserva estratégica de água do grande lago de Alqueva, que permitirá garantir o abastecimento público às populações, à agricultura e à indústria durante três anos consecutivos de seca, disse.

"Valor e rentabilidade são dois valores fundamentais do Alqueva" e estão na base da estratégia do Governo e da EDIA para o projeto, que visa concluir as obras, promover o empreendimento, aumentar a taxa de adesão ao regadio e rentabilizar o valor gerado pela água usada pelos agricultores, disse.

Desde que o novo departamento comercial da EDIA está no terreno, há um mês e meio, já foi possível aumentar a aérea efetivamente regada "em mais de 650 hectares", frisou, referindo: "Não é muito, mas é um valor relevante".

O projeto Alqueva prevê um investimento total de 2.563 milhões de euros, dos quais já foram investidos 1.970 milhões de euros nas valências agrícola, hidroelétrica e de abastecimento público de água.

Após quase 17 anos de obras, o projeto produz energia, pode abastecer 200 mil habitantes e, dos 110 mil hectares de regadio previstos, já estão instalados 52 mil, dos quais 32 mil estão a ser regados.