Candidato socialista a secretário-geral da UGT prometeu sindicalismo de proximidade


O candidato a secretário-geral da UGT Carlos Silva, hoje eleito pelos socialistas da central sindical, prometeu um sindicalismo de proximidade aos trabalhadores e assumiu a necessidade de um discurso mais duro.    "O sindicalismo é uma arte de estar perto dos que precisam e os sindicatos não existem sem trabalhadores, pois é por eles que…


O candidato a secretário-geral da UGT Carlos Silva, hoje eleito pelos socialistas da central sindical, prometeu um sindicalismo de proximidade aos trabalhadores e assumiu a necessidade de um discurso mais duro.   

"O sindicalismo é uma arte de estar perto dos que precisam e os sindicatos não existem sem trabalhadores, pois é por eles que negociamos na concertação social ou na contratação coletiva", disse Carlos Silva à agência Lusa no final do congresso dos socialistas da UGT.

O sindicalista, que preside ao Sindicato dos Bancários do Centro, assumiu que a sua eleição para candidato a secretário-geral da UGT "é um compromisso de proximidade, de estar junto dos trabalhadores, que neste momento de crise mais precisam de apoio".

Carlos Silva reconheceu que "os direitos dos trabalhadores estão consecutivamente a ser postos em causa" e "o movimento sindical está sob fortíssimo ataque", mas prometeu responder de forma adequada.

"Este é talvez um discurso mais duro, mas é o discurso necessário", afirmou.

No discurso que fez perante os congressistas não poupou críticas à política do Governo, nem elogios ao atual secretário-geral da central sindical, João Proença, e prometeu prosseguir os princípios da UGT, de diálogo e proposta.

João Proença também elogiou Carlos Silva e teceu duras críticas às medidas de austeridade do Governo e "à falta de políticas para promover o emprego".

A eleição do candidato que deverá substituir João Proença a partir de março de 2013 foi o ponto alto da ordem de trabalhos do VI Congresso da Tendência Sindical Socialista da UGT (TSS/UGT), que se realizou em Lisboa e foi encerrado pelo secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro.

Seguro fez um longo discurso em que reafirmou críticas ao Governo e manifestou o orgulho do Partido Socialista nos seus sindicalistas.

"Nós, socialistas, somos defensores de um movimento sindical forte e a primeira condição para essa força é a sua independência e autonomia", disse aos congressistas.  

Carlos Silva foi dirigente da Juventude Socialista, do Sindicato dos Bancários do sul e Ilhas entre 1997 e 2000 e depois integrou a direção do Sindicato dos Bancários do Centro, tendo sido eleito seu presidente em 2007.  

O próximo congresso da UGT, a realizar em março do próximo ano, vai concretizar a anunciada saída de João Proença da liderança, por uma questão estatutária, pois já ultrapassou o número de mandatos possíveis.