O "tamanho único" do mobiliário das escolas do 1º torna-o desadequado à estrutura corporal de muitos alunos, uma realidade que pode provocar dores, efeitos nocivos a nível cognitivo e consequente baixo aproveitamento, revela um estudo da Universidade do Minho.
Segundo o estudo, desenvolvido no Laboratório de Ergonomia da Universidade do Minho (UMinho), em causa está a utilização de mobiliário de dimensão única para os alunos dos quatro anos, independentemente da sua estatura.
O estudo recolheu dados de mais de 430 alunos que revelaram uma "grande variabilidade" das respetivas dimensões corporais, mesmo entre crianças do mesmo ano.
Com mobiliário de dimensão única, regista-se uma incompatibilidade com a estrutura corporal de alguns alunos, que será "responsável por vários problemas que poderão surgir, no curto e médio prazo, incluindo desvios posturais significativos ao nível da coluna, que podem originar dores nas costas e no pescoço".
A situação pode ainda ter "efeitos nocivos a nível cognitivo, como a hiperatividade, perda de interesse e consequente baixo rendimento na aprendizagem".
Os autores do estudo defendem que se deve enveredar por um novo conceito de mobiliário, ajustável e compatível com as dimensões antropométricas da população utilizadora, "contribuindo para uma escola mais segura e saudável".
A investigadora principal deste estudo, Maria Antónia Gonçalves, pretende desenvolver um guia metodológico para ajustamento do mobiliário em função da estatura das crianças, bem como criar um protótipo daquele mobiliário com as características necessárias para poder acomodar o maior número de crianças.