O porta-voz do PS exigiu hoje ao Governo que esclareça se aceita renegociar os prazos do ajustamento financeiro de Portugal e frisou que Miguel Frasquilho não está isolado no PSD na defesa de mais tempo.
João Assunção Ribeiro falava aos jornalistas depois de interrogado se o PS estava disponível para apoiar a ideia do vice-presidente da bancada social-democrata Miguel Frasquilho no sentido de que Portugal deveria prolongar por mais dois anos o cumprimento das metas do Programa de Assistência Económica e Financeira.
"O Governo tem de explicar se vai ou não renegociar o prazo de execução do memorando" assinado por Portugal com a ´troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia, declarou o dirigente socialista.
O porta-voz do PS referiu que, desde novembro, que os socialistas entendem que o período de ajustamento financeiro do país deverá ter "pelo menos mais um ano".
"Esta posição foi comunicada pelo secretário-geral do PS [António José Seguro] à ´troika' em novembro – e não é uma novidade, nem é tática política, derivando isso sim do facto de acreditar que esse prazo suplementar permitiria o cumprimento do memorando de forma a evitar que os portugueses tivessem de sofrer tantos sacrifícios e tanta austeridade", respondeu.
João Ribeiro considerou depois "surpreendente" que vários dirigentes do PSD "venham agora dizer o mesmo".
"Não é a primeira vez que [que o ex-secretário de Estado social-democrata] Miguel Frasquilho defende essa posição, mas Miguel Frasquilho também não é o primeiro dirigente ou deputado do PSD que o diz", apontou o porta-voz do PS.
Interrogado se, para o PS, um ano de ajustamento mais é suficiente, ou se defende mais dois anos tal como Miguel Frasquilho, João Ribeiro advogou que António José Seguro disse sempre que o ajustamento financeiro teria "sempre de ser de pelo menos mais um ano".
"Essa é a nossa posição de sempre e não há nenhum motivo para ser alterada", acrescentou.