O deputado do PS Nuno Sá desafiou hoje o Governo para que “repense a extinção” do programa Novas Oportunidades, afirmando que o ministro Miguel Relvas “foi pioneiro” na obtenção de uma licenciatura no “mesmo espírito” daquele programa.
“Este é o momento oportuno para que [o primeiro-ministro] Passos Coelho repense as políticas que tem seguido no que toca à Educação e qualificação dos portugueses e designadamente refiro-me à extinção do programa Novas Oportunidades e aos epítetos que Governo e Passos Coelho têm lançado sobre os programas que valorizam a experiência profissional e de vida dos portugueses com a aprendizagem concedendo-lhes, com certificação e com rigor, determinadas qualificações e graus de estudos”, disse.
O deputado referia-se às notícias que revelam que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, concluiu a sua licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais em apenas um ano através do reconhecimento das suas habilitações profissionais na Universidade Lusófona.
Segundo o reitor da Universidade Lusófona, Mário Moutinho, o procedimento é comum desde a aplicação do Processo de Bolonha – que uniformizou o ensino superior no espaço europeu.
O deputado do PS disse que nada tem, do ponto de vista dos princípios, contra a possibilidade de se obter um grau académico por reconhecimento de competências no âmbito do processo de Bolonha, considerando que o ministro dos Assuntos Parlamentares “deve é explicar um acontecimento que revela no mínimo alguma hipocrisia”.
“Miguel Relvas foi o primeiro português, um pioneiro, a recorrer à filosofia Novas Oportunidades”, ironizou, acrescentando que o Governo deve tomar como exemplo o percurso do ministro para reconhecer que “é possível certificar as qualificações dos portugueses” avaliando o currículo, as competências adquiridas na vida e a experiência profissional.