STCP. Novo administrador nomeado pelo governo sempre trabalhou na Mota-Engil


André Sequeira, o novo administrador da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), transitou directamente da Mota-Engil para a administração daquela empresa. A nomeação foi da responsabilidade exclusiva do governo, e sem que a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP) tenha levantado quaisquer reservas ao seu currículo, contrariamente ao que aconteceu…


André Sequeira, o novo administrador da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), transitou directamente da Mota-Engil para a administração daquela empresa. A nomeação foi da responsabilidade exclusiva do governo, e sem que a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (CReSAP) tenha levantado quaisquer reservas ao seu currículo, contrariamente ao que aconteceu com outros nomeados para a administração da Metro do Porto.

O recém-indigitado administrador tem 32 anos e é licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa do Porto, onde foi colega de Luís Menezes, actual vice-presidente da bancada parlamentar do PSD e filho de Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de Gaia e membro da Junta Metropolitana da cidade.

Todo o seu percurso profissional foi feito na Mota-Engil, a empresa dirigida por Jorge Coelho, que actualmente integra o consórcio que faz a exploração e a manutenção do metro do Porto, tendo entrado para a empresa em 2003 como técnico na área internacional, com a função de solicitar a emissão de notas de débito para as empresas no exterior.

De 2004 a 2005 foi adjunto do director financeiro, tendo depois sido transferido para a empresa na Polónia, onde foi controller de projecto. Quando saiu era controller, exercendo a sua actividade na análise de desvios e obtenção de justificações, análise da qualidade da informação reportada e compliance no reporting com as normas internas do grupo.

O segundo nome escolhido pelo governo para a nova administração dos STCP, Alfredo César Vasconcelos Navio, foi eleito para a Junta de Freguesia do Bonfim, pela coligação PSD/CDS, “O Porto em Primeiro”, informação que não consta do currículo analisado pela CReSAP.

Licenciou-se em Informática de Gestão pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique em seis anos e tem uma pós-graduação em Finanças pela mesma universidade. Fala, conversa e escreve fluentemente em inglês e tem conhecimentos médios em espanhol.

A sua actividade profissional começou na Junta Autónoma das Estradas, extinta pelo ex- -ministro das Obras Públicas do governo Guterres, João Cravinho, por situações ligadas a corrupção. Transitou depois para o Instituto para a Conservação e Exploração da Rede Rodoviária, mais tarde integrado na Estradas de Portugal.

O seu último trabalho nesta empresa foi a gestão comercial da área de património na Unidade de Desenvolvimento Imobiliário.

Reservas De acordo com os resumos dos pareceres da CReSAP, esta entidade apresentou “reservas” à designação de António José Lopes, o nome defendido pela Junta Metropolitana do Porto “para o cargo de gestor público [administrador executivo da Metro do Porto] em virtude de não ter demonstrado variedade e qualidade de experiências nas diversas áreas da gestão e do conhecimento específico do negócio público em causa”.

José Lopes licenciou-se em Economia na Universidade do Porto e fez uma pós-graduação em Gestão para Executivos na Universidade Católica Portuguesa. Da sua experiência profissional consta uma passagem pelos STCP, de Janeiro de 1985 a Agosto de 1986, na subdirecção financeira, onde tinha como principais responsabilidades a análise de custos, o controlo orçamental e a elaboração de contratos programas.

Em Setembro de 2008 entrou para a Vista Alegre, tendo desempenhado vários cargos, da subdirecção financeira à chefia dos serviços de controlo de gestão. Saiu em 1997 para uma empresa do grupo General Electric, onde foi director administrativo e financeiro e depois director- -geral, tendo regressado à Vista Alegre, de onde saiu quando a empresa mudou de accionistas. Depois disso foi director-geral da Tablestock, Serviços para Hotelaria e Restauração.

Já António Samagaio, indicado pelo ministro da Economia, tem um currículo eminentemente académico, o que levou a CReSAP a recusar o seu nome, ainda que para um cargo não executivo. Samagaio é licenciado em Engenharia Mecânica pela Universidade do Porto, tem um mestrado em Engenharia Mecânica nos Estados Unidos e um doutoramento em Ciências Aplicadas ao Ambiente.