O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que os protestos que têm acontecido em vários pontos do país aquando de deslocações de membros do Governo "são manifestações organizadas", promovidas por "sindicatos" e outras "organizações".
"Gostaria de deixar bem claro a todos os sindicatos ou a todas as organizações que estão a promover esse tipo de intervenção que eu nunca deixarei de aparecer no país e de contactar com os portugueses em face de protestos que queiram exercer", afirmou.
Passos Coelho sublinhou que protestos, manifestações e greves são direitos "que estão constitucionalizados e que as pessoas podem exercer nas condições normais de civismo que são requeridas para todas as manifestações públicas.
"Os portugueses têm todo o direito de exercer esses seus direitos, que são direitos políticos e sociais. O exercício desses direitos nunca pode incomodar um Primeiro-Ministro nem Governo nenhum. Mas aquilo que se tem observado são manifestações organizadas, que estão prontas a deslocar-se em função da deslocação de membros do Governo ou do Primeiro-Ministro", acrescentou.
Duas centenas de pessoas concentraram-se hoje, em Braga, com bandeiras pretas, gaitas e assobios, à espera do Primeiro-Ministro, mas Pedro Passos Coelho acabou por não se cruzar com os manifestantes.
Mesmo assim, os manifestantes não deixaram de vincar um ruidoso protesto, queixando-se, sobretudo, do corte dos subsídios de férias e de natal, mas também de outras medidas de austeridade e da fusão de freguesias.
"Não evito protestos nenhuns", garantiu Passos Coelho aos jornalistas, sublinhando que "os direitos a protestos são os mesmos que o país tem a ser governado de acordo com as orientações que escolheu".
Passos Coelho falava em Braga, à margem da assinatura de uma parceria entre a Universidade do Minho e a Bosch Car Multimedia.