O presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo, Pedro Ferreira, manifestou-se hoje satisfeito com a desconvocação da greve dos pilotos da TAP, apesar de reconhecer que a sua convocação provocou prejuízos que “não se podem esquecer”.
“Estamos muito satisfeitos, é uma grande notícia, mas apesar de a APAVT não querer contribuir para alimentar antagonismos, não pode deixar cair no esquecimento os danos que a sua convocação provocou”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Agências de Viagem, Pedro Costa Ferreira.
A APAVT sempre disse que se a desconvocação dos dois períodos de greve fosse feita “o mais próximo” das datas previstas para o seu início, “maiores danos teria em termos dos seus efeitos”, salientou.
Daí que “nos congratulemos com a decisão dos pilotos”, apesar de a convocação das greves dos pilotos da TAP dar "um sinal de instabilidade ligado ao transporte aéreo”, realçou.
“Esta instabilidade irá levar a que os turistas optem por destinos diferentes”, lembrando: “Este carimbo não vai desaparecer”.
As greves convocadas pelos pilotos levaram a transtornos e prejuízos no que toca ao cancelamento de reservas e outras que foram tentadas e não conseguidas o que se traduziu num prejuízo para a TAP e os turistas, sublinhou.
A desconvocação das greves, face aos seus efeitos seria “o melhor”, avançou.
o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), cancelou hoje a greve dos pilotos da TAP, cujo primeiro período iria ter início na quinta-feira.
"Esta decisão resulta de um entendimento alcançado entre os pilotos e a administração da TAP, através da importante mediação do Governo que prevê a criação de um grupo de trabalho tripartido para a resolução dos problemas que motivaram a greve", justificou a direção do SPAC num comunicado.
A informação surge depois de o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, ter dito hoje de manhã, em Luanda, que o Governo estava "a fazer tudo" para conseguir o cancelamento da greve, e depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter dito, em Braga, que queria "evitar soluções que não são desejáveis", quando questionado pela imprensa sobre a possibilidade de o Executivo avançar para uma requisição civil.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) entregou a 21 de junho o pré-aviso para uma greve entre 05 e 08 de julho e 01 e 05 de agosto, tendo o presidente do SPAC justificado a decisão com um "clima de intimidação” para contornar “práticas de gestão deficitárias”, como a falta de pilotos.
Na segunda-feira, a administração da TAP interpôs uma providência cautelar para suspender a greve dos pilotos, que afetou até terça-feira pelo menos 14 mil passageiros, que cancelaram as reservas e a quem a transportadora aérea teve de devolver 3,5 milhões de euros.
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