O secretário-geral do PS advertiu hoje que a ´troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) não é uma entidade abstrata e também tem de "prestar contas" sobre os resultados do seu programa em Portugal.
António José Seguro falava aos jornalistas no final de uma visita a uma escola secundária de Odivelas, num programa integrado na preparação pelos socialistas no debate sobre o "Estado da Nação", no próximo dia 11, na Assembleia da República.
O secretário-geral do PS foi confrontado pelo jornalistas com o cenário de a ´troika' recusar a possibilidade de o cumprimento do programa de assistência financeira, por parte de Portugal, se prolongar por mais um ano, tal como tem sido exigido pelos socialistas.
"É importante que a ´troika' perceba a realidade do país e a ´troika' não é uma entidade abstrata. A ´troika' é a Comissão Europeia, que tem um presidente; é o Banco Central Europeu, que tem um responsável; e é o Fundo Monetário Internacional, que tem uma diretora. Estamos a falar de instituições que têm responsáveis e que devem prestar contas", declarou o líder socialistas.
Para António José Seguro, a questão com Portugal não é no sentido de saber se o país cumpre ou não o Programa de Assistência Económico e Financeiro negociado com as entidades internacionais.
"O que está em causa é a receita para cumprir. Ao contrário do que se dizia há meses atrás, agora é claro que há outro caminho para cumprir, tendo como tónicas o emprego, o crescimento económico e o financiamento da nossa economia, mas também através do reforço do papel do Banco Central Europeu para financiar diretamente os Estados", disse.