O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses considerou hoje, após uma audiência em Belém com Cavaco Silva, que a reforma do mapa judiciário é "essencial", mas que "tem que ser feita com o máximo consenso possível".
Mouraz Lopes, que esteve reunido cerca de uma hora com o Presidente da República, sublinhou que a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) é "claramente favorável a uma reforma do sistema de justiça e do mapa judiciário", pois o atual modelo organizativo tem 150 anos, mas que é preciso alcançar o máximo de consenso possível entre os operadores judiciários.
O presidente da ASJP, eleito há cerca de dois meses e que foi apresentar cumprimentos ao Chefe de Estado, referiu que a proposta do Governo de reforma do mapa judiciário tem aspetos bons", mas que há "coisas que têm que ser modificicadas".
Nesse sentido, Mouraz Lopes revelou que a ASJP tenciona apresentar até final do mês um parecer sobre a reforma, observando que, "mais do que ruído de fundo, é preciso discutir com clareza" as medidas propostas pelo Ministério da Justiça.
Notou, a propósito, que a reforma, que prevê a extinção 54 de tribunais e um novo modelo de organização, foi feita com base nas pendências processuais e que este fator teve influência nas decisões tomadas, pelo que o volume processual é um tema que merece ser reanalisado.
Quanto à reunião com Cavaco Silva, Mouraz Lopes disse que esta ainda serviu para uma "troca muito franca" de opiniões e para aprofundar temas como o mapa judiciário, tendo a ASJP feito uma "radiografia do sistema de justiça e das reformas" postas em prática.
O juiz disse não ter discutido com o Presidente da República a questão do perfil do futuro Procurador-geral da República (PGR), por se tratar de uma matéria da competência do Governo e do Chefe de Estado.
Mouraz Lopes assumiu a presidência da ASJP há cerca de dois meses, sucedendo no cargo a António Martins.