PS avisa PSD que é melhor para o ministro Miguel Relvas esclarecer já tudo


 PS advertiu hoje o PSD que é melhor para o ministro Miguel Relvas que o caso com o jornal Público "não gangrene" e seja resolvido de forma rápida, até porque "quem não deve não teme".     Carlos Zorrinho, líder parlamentar dos socialistas, falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ter sido confrontado com…


 PS advertiu hoje o PSD que é melhor para o ministro Miguel Relvas que o caso com o jornal Público "não gangrene" e seja resolvido de forma rápida, até porque "quem não deve não teme".

    Carlos Zorrinho, líder parlamentar dos socialistas, falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de ter sido confrontado com a possibilidade de o PSD rejeitar as propostas da oposição no sentido de solicitar a audição do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, sobre o caso que o envolve com o jornal "Público".

    Segundo o vice-presidente da bancada do PSD Luís Menezes, as audições propostas pela oposição são "inoportunas" enquanto decorrerem averiguações a cargo da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

    Na resposta a esta posição, o líder da bancada socialista considerou que a atitude do PSD, "a verificar-se, não contribuirá em nada para a clarificação rápida que este caso merecia".

    "Recordo que muito recentemente um outro caso similar – o caso do eventual corte da crónica [do escritor] Pedro Rosa Mendes [na Antena 1] – teve audições no Parlamento e trabalho em simultâneo na ERC. Julgo que há toda a vantagem do ministro Miguel Relvas e das pessoas que estão evolvidas nesta circunstância que este caso não gangrene e não fique a inquinar as relações entre jornalistas e políticos", sustentou o líder da bancada socialista.

    Por essa razão, na perspetiva de Carlos Zorrinho, é importante que este caso "seja resolvido rapidamente e de forma transparente".

    "Citando o povo: Quem não deve não teme. Portanto, quanto mais transparente e rápida for a avaliação deste caso melhor será para todos", disse.

    Interrogado pela RTP se, perante este caso, o ministro Miguel Relvas se deveria demitir, Carlos Zorrinho deu a seguinte resposta: "Eu não faço julgamentos prévios".

    Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da bancada do PS Filipe Neto Brandão considerou "estranho" e "incongruente" o comportamento do ministro Miguel Relvas no seu caso pessoal com o jornal Público, sobretudo face a outras atitudes por si tomadas ainda recentemente no caso das secretas.

    Filipe Neto Brandão referiu que o próprio ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares solicitou à Comissão de Assuntos Constitucionais para ser ouvido num caso de "um alegado comportamento passivo da sua parte" – receção de um e-mail proveniente do ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho.

    "Agora, quando na sequência desta mesma matéria lhe é imputado diretamente por uma jornalista um comportamento ilegítimo da sua parte, é mesmo muito estranho que o ministro Miguel Relvas não tenha até agora tomado idêntica atitude de se disponibilizar para esclarecer o caso no Parlamento", apontou o "vice" da bancada socialista

    Filipe Neto Brandão observou depois que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares "foi célere ao pretender esclarecer comportamentos de terceiros [de Jorge Silva Carvalho] na Comissão de Assuntos Constitucionais e está a ser agora refratário em explicitar os seus próprios comportamentos".

    "Estou convicto que até ao início da próxima reunião da Comissão Parlamentar de Ética, Cidadania e Comunicação, na quarta-feira, o senhor ministro cairá em si e adotará o mesmo comportamento de pedir para prestar esclarecimentos", acrescentou.