O americano Doug Lynner descobriu a música electrónica e ficou perturbado, mas em bom. 1976 surgiu já depois do compositores Morton Feldman, John Cage e Karlheinz Stockhausen, depois dos sintetizadores Moog e Buchla, após as gravações de gente como Morton Subotnick, Kraftwerk, Kluster ou Brian Eno. O que fez Lynner com tudo isto: uma revista, para perder dinheiro rapidamente enquanto servia de relato para a revolução que ia acontecendo. Mais de 30 anos depois, a “Synapse” está online, num arquivo digital que os fóruns da especialidade (recheados de fãs da publicação, que assinam com o nome dos sintetizadores que guardam em casa) juram ser a primeira revista regular dedicada em exclusivo à matéria.
Entrevistas com Ralf Hütter e Florian Schneider, dos Kraftwerk, o engenheiro Robert Moog, os Devo ou Robert Fripp; artigos detalhados sobre as diferenças entre computadores e sintetizadores ou guias para o fabrico de um alternador de frequências em casa; mais as críticas a concertos de ilustres, dos Tangerine Dream a David Bowie, de Steve Hackett a Terry Riley. Tudo isto (e mais, pois) está em www.cyndustries.com/synapse/intro.cfm. Na verdade, faltam apenas dois números para completar o total de 14 revistas publicadas entre Março de 1976 e o Verão de 1979.
A “Synapse” era bimensal, feita em modo doméstico, com recursos escassos mas a conseguir tudo o que era nome que importava. A equipa de produção era composta por cinco elementos: o editor-chefe Doug Lynner, Chris August como director de Arte, o fotógrafo Bill Mathias e os editores executivos Colin Gardner e Melodie Bryant. Pelo caminho, apostavam em colaboradores que haveriam de fazer carreira de boa memória – no número de Janeiro/Fevereiro de 1979, Brian Eno era entrevistado por Kurt Loder, o mesmo que haveria de escrever para a “Rolling Stone” e o primeiro a dar a notícia da morte de Kurt Cobain na MTV, em Abril de 1994.
A “Synapse” (ao pesquisar no Google, é possível dar de caras com a revista da Faculdade de Medicina da Universidade do Nevada, é ignorar e insistir) viveu durante 14 números, até meados de 1979, quando fechou na falência. Hoje, Doug Lynner produz programas de rádio digitais para o site flashbacksalternatives.com, ainda a fazer da revolução electrónica maravilha futurista. Ao mesmo tempo, recorda as suas investidas musicais, com grupos como os Invisible Zoo ou os LEM.
www.cyndustries.com/synapse/intro.cfm