Minho. A regionalização do futebol chegou à Taça da Liga


O elogio ao Minho nunca é de mais por estes dias. O Sp. Braga está no meio da luta pelo título pela segunda vez em três épocas e no ano (2011) em que ficou longe do primeiro lugar foi até à final da Liga Europa. O V. Guimarães esteve na última final da Taça de…


O elogio ao Minho nunca é de mais por estes dias. O Sp. Braga está no meio da luta pelo título pela segunda vez em três épocas e no ano (2011) em que ficou longe do primeiro lugar foi até à final da Liga Europa. O V. Guimarães esteve na última final da Taça de Portugal, depois na Supertaça e nesta edição da Liga foi o responsável pelo início da mini-crise do Benfica. O Gil Vicente ganhou ao FC Porto em Janeiro e fez o mesmo ao Sporting em Fevereiro (Taça da Liga) e Março (campeonato).

Hoje há duelo minhoto nas meias-finais da Taça da Liga. O mesmo é dizer que uma equipa da região vai estar em Coimbra a 14 de Abril. Gil Vicente ou Sp. Braga? Um tem mais força por jogar em casa, o outro é mais forte por natureza. Mas a pergunta que interessa aqui é outra. Isto de haver meias-finais entre equipas do Minho é coisa antes vista ou não?

Há uma temporada que serve de exemplo para esta discussão: 1976/77. Enquanto o Benfica de John Mortimore seguia lançado para ser campeão, a Taça de Portugal servia para algumas equipas se mostrarem um pouco mais. A começar pelo FC Porto, que haveria de ganhar a prova com um golo de Fernando Gomes, numa das quatro vezes que um dos finalistas jogou em casa. E quem estava do outro lado? O Sp. Braga, treinado pelo ex-sportinguista Mário Lino. Mas o mais interessante acontecera nas meias-finais. Os dragões tiveram um jogo tranquilo. Receberam o Fafe nas Antas e ganharam por 3-0. Coisa simples, até porque o adversário andava pela II Divisão B e nem sequer estava para subir de escalão. Pouco importa, era um representante do Minho e estava às portas da final.

O mesmo acontecia na outra meia-final. O Sp. Braga, a meio da tabela na I Divisão, recebia o Gil Vicente. A equipa de Barcelos até acabou o campeonato atrás do Fafe, mas deu mais trabalho aos favoritos. No primeiro jogo nem sequer houve golos. O Gil Vicente aguentou-se bem e obrigou a um segundo encontro para desempatar. Foi o melhor que conseguiu, porque depois os bracarenses impuseram a lei do mais forte – golearam (4-1). Até hoje, Sp. Braga e Gil Vicente nunca mais se encontraram tão perto de uma final.

Na verdade só se cruzaram mais duas vezes em jogos a eliminar. A primeira aconteceu pouco depois, em 1978/79, nos oitavos-de-final da Taça. E sem surpresa a capital da região saiu de novo a ganhar (5-2 no 1.o de Maio). O outro reencontro deu-se já em 1993/94 e numa fase bem mais precoce da prova – na quarta eliminatória. O Sp. Braga voltou a seguir em frente, com mais uma vitória (2-0).

No fundo, pode dizer-se que o Gil Vicente nunca passou quando encontrou o Sp. Braga. É assim desde 1954/55, num jogo então inédito (3-1 nos oitavos-de-final). Esta Taça da Liga também vai ter uma final inédita na história do futebol português. Se o Gil Vicente ganhar, vai estar pela primeira vez num jogo desta dimensão; por outro lado, se for o Sp. Braga, será a primeira final entre os bracarenses e o Benfica.

Gil Vicente-Sp. Braga, 20h15, Sport TV1