Mário Crespo. “As minhas crónicas nunca serão alteradas”


“Foi uma surpresa total”, disse Mário Crespo ao i sobre o fim da sua colaboração com o semanário “Expresso”. “Não estava à espera. Fiquei surpreendido com a intensidade da resposta por parte da direcção do jornal”, afirma. Na sua última crónica, publicada no passado sábado, Mário Crespo menciona que acha “deplorável” a maneira como o…


“Foi uma surpresa total”, disse Mário Crespo ao i sobre o fim da sua colaboração com o semanário “Expresso”. “Não estava à espera. Fiquei surpreendido com a intensidade da resposta por parte da direcção do jornal”, afirma.

Na sua última crónica, publicada no passado sábado, Mário Crespo menciona que acha “deplorável” a maneira como o jornal “não cumpriu o dever de resposta a que Luís Marinho tinha direito”. E acrescenta: “Depois de ter sido objecto de uma estranha acusação, feita com grande destaque, a sua resposta foi remetida para uma remota secção de Cartas do Leitor.”

No seu texto de opinião, Mário Crespo referia-se à acusação de que Luís Marinho foi alvo, no dia 25 de Fevereiro, numa crónica também publicada no “Expresso”, onde Miguel Sousa Tavares recorda um episódio com o director-geral de Conteúdos da RTP, que entende ter tido contornos semelhantes àquele de que o jornalista Pedro Rosa Mendes acusa agora a RTP, ou seja, eliminar um espaço de opinião incómodo para o poder.

Como tal, na sua crónica, Mário Crespo acusa Miguel Sousa Tavares de ter “vilipendiado” Luís Marinho “por indemonstráveis acusações referentes a um episódio que, a ter acontecido, perdeu significado e contexto em oito anos de bizarro silêncio”. E aponta o dedo ao “Expresso” por não ter “cumprido o dever de resposta a que Luís Marinho tinha direito”. “É uma obrigação editorial. Sem ela, um jornal de referência transforma–se num blogue de maledicências e arruaça”, escreve Mário Crespo.

Numa nota de direcção intitulada “Uma questão de rigor”, publicada na mesma página onde se encontra a polémica crónica de Mário Crespo, o “Expresso” afirma que o cronista comete “erros e falsidades” na acusação ao jornal.

Na mesma nota, a direcção da publicação explica que “avisou o autor, mas este decidiu manter o texto”. Como tal, o jornal “decidiu publicar a crónica, mas dar por finda a colaboração que mantinha” com o jornalista. “Na quarta-feira enviei a minha crónica para o ‘Expresso’. Logo nesse dia à noite recebi um e-mail do director do jornal, o Ricardo Costa, a convidar-me a alterar o texto ou então a eliminar o final da crónica. Eu disse que as minhas crónicas nunca serão alteradas, portanto não o fiz e ponto final”, explicou ao i.

Já não é a primeira vez que uma crónica de Mário Crespo suscita polémica. Em Fevereiro de 2010, após dois anos e meio de colaboração com o “Jornal de Notícias”, também ocorreu um episódio semelhante.