Há uns anos seria uma guerra terrível nas redações, com os jornalistas mais ortodoxos a dizerem que não se trata de mexericos. O mundo mudou, e para se estar perto de leitores ou espetadores é necessário acompanhar o que os preocupa, motiva, angustia ou diverte. Não há nada a fazer: o site informativo que deixasse passar em claro o divórcio perdia milhares de visitas, e ninguém está para isso. Mas Brad Pitt e Angelina Jolie personificavam o sonho de muita gente: eram bonitos e famosos, tinham quase uma equipa de futebol de filhos, alguns adotados, e levavam os seus fãs a sonharem com uma vida feliz e a acreditarem que o amor existe. Por isso foram tantas as palavras de desilusão com o acontecimento. Antigamente, os heróis de Hollywood pregavam grandes desgostos aos seus seguidores quando anunciavam que tinham encontrado a alma gémea. Com o decorrer dos anos e com tantos divórcios e separações, o que muitos desejam é encontrar um casal-modelo.

Aquilo a que se vai assistir nos próximos dias será um lavar de roupa suja pouco dignificante. A polícia já anunciou que não está a investigar supostos maus-tratos de Brad aos filhos, mas os jornais da especialidade vão tentar encontrar alguma coisa que mantenha a chama acesa. Afinal, uma história não pode acabar sem se encontrar os maus da fita.

P. S. Quantos milhões envolverá este divórcio, e não falo do que lhes diz respeito aos dois? Os museus de cera espalhados por esse mundo fora já trataram de os separar fisicamente.
E o resto que gira à volta?