Assunção: o fim do estado de graça da líder do CDS


Assunção Cristas foi eleita para a Assembleia da República pela primeira vez em 2009. Foi a deputada-revelação do ano – e mesmo membros de outros partidos reconheciam a capacidade política de uma mulher que Portas tinha descoberto no referendo sobre o aborto (ou assim reza a lenda). 


Foi coordenadora da comissão de Orçamento e Finanças do grupo parlamentar do CDS – um papel de altíssima responsabilidade – e saiu-se bem. Estava preparadíssima, era acutilante e desarmava o partido do governo várias vezes (na altura, o PS liderado por Sócrates).

Assunção Cristas quis chegar a presidente do CDS. Ainda não se sabia que Paulo Portas haveria de sair, já Cristas falava abertamente, sem qualquer do típico pudor nacional, das suas ambições políticas. “A sucessão de Portas não é nenhum tabu para mim”, disse uma vez numa entrevista. Ainda a saída de Portas da política ativa era tabu para todo o CDS (e tendo em conta a sua durabilidade, de certa forma também o era para todo o país político) e já Cristas se anunciava para o lugar. 

Paulo Portas deu-lhe o apoio e Nuno Melo, o nome mais popular no CDS, ficou de fora. Alegadamente, Portas acreditava que – depois do sucesso do Bloco de Esquerda nas legislativas com várias mulheres como dirigentes de topo – a solução de uma liderança feminina poderia ser favorável ao partido. 

Mas Cristas tem sido um flop. Era um trabalho de Hércules substituir Portas, que fez o CDS à sua imagem e semelhança, e que tem um talento e intuição política difíceis de igualar. Cristas beneficiou de o PSD estar “na mesma” – ou seja, com Passos a manter o discurso unidimensional e pouco sedutor que usa desde o seu primeiro dia na oposição. Mas o efeito novidade esvaiu-se com rapidez. É possível fixar alguma coisa que Assunção Cristas tenha dito nos últimos 15 dias? Aparentemente, parte do CDS já percebeu que as coisas não estão a correr bem. É preciso que, a tempo, a própria Assunção perceba que assim não vai a lado nenhum.

Assunção: o fim do estado de graça da líder do CDS


Assunção Cristas foi eleita para a Assembleia da República pela primeira vez em 2009. Foi a deputada-revelação do ano - e mesmo membros de outros partidos reconheciam a capacidade política de uma mulher que Portas tinha descoberto no referendo sobre o aborto (ou assim reza a lenda). 


Foi coordenadora da comissão de Orçamento e Finanças do grupo parlamentar do CDS – um papel de altíssima responsabilidade – e saiu-se bem. Estava preparadíssima, era acutilante e desarmava o partido do governo várias vezes (na altura, o PS liderado por Sócrates).

Assunção Cristas quis chegar a presidente do CDS. Ainda não se sabia que Paulo Portas haveria de sair, já Cristas falava abertamente, sem qualquer do típico pudor nacional, das suas ambições políticas. “A sucessão de Portas não é nenhum tabu para mim”, disse uma vez numa entrevista. Ainda a saída de Portas da política ativa era tabu para todo o CDS (e tendo em conta a sua durabilidade, de certa forma também o era para todo o país político) e já Cristas se anunciava para o lugar. 

Paulo Portas deu-lhe o apoio e Nuno Melo, o nome mais popular no CDS, ficou de fora. Alegadamente, Portas acreditava que – depois do sucesso do Bloco de Esquerda nas legislativas com várias mulheres como dirigentes de topo – a solução de uma liderança feminina poderia ser favorável ao partido. 

Mas Cristas tem sido um flop. Era um trabalho de Hércules substituir Portas, que fez o CDS à sua imagem e semelhança, e que tem um talento e intuição política difíceis de igualar. Cristas beneficiou de o PSD estar “na mesma” – ou seja, com Passos a manter o discurso unidimensional e pouco sedutor que usa desde o seu primeiro dia na oposição. Mas o efeito novidade esvaiu-se com rapidez. É possível fixar alguma coisa que Assunção Cristas tenha dito nos últimos 15 dias? Aparentemente, parte do CDS já percebeu que as coisas não estão a correr bem. É preciso que, a tempo, a própria Assunção perceba que assim não vai a lado nenhum.