Se Portugal tivesse muito mais homens como José Marques Vidal e José Souto de Moura, certamente que não haveria tanta corrupção em Portugal. Marques Vidal, pai da antiga procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, e do procurador João Marques Vidal, deu uma magnífica entrevista a Felícia Cabrita, publicada no semanário Sol deste fim de semana, onde põe a nu as fragilidades do sistema democrático. O antigo diretor-geral da Polícia Judiciária decidiu lançar um livro, Ad Aeternum, que é uma sátira em que desmonta as fragilidades do regime democrático saído do 25 de Abril – em que há corrupção generalizada dentro do poder político, em aliança com o mundo empresarial e financeiro. Marques Vidal não tem problemas em falar de tudo – “o meu pai era republicano e maçon mas, como era um homem honesto e um democrata, foi expulso da Maçonaria” –, sendo alguns assuntos abordados de uma forma que não dá azo a grandes equívocos, embora seja o leitor que tenha de chegar às suas conclusões. “A personagem Hipátia, uma senhora ‘nariguda’ que permite que a Justiça funcione e que prende a ‘cambada’ que andou a abotoar-se aos dinheiros públicos, pode ser vista como a minha filha…”, disse na entrevista ao Sol.
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