O Prémio Camões 2021 causou alguma perplexidade, pela evidente conotação política que assume ao distinguir a obra da primeira romancista moçambicana. Sendo difícil ver na escrita de Paulina Chiziane uma grande sofisticação no uso da língua portuguesa, não deixa de ser fácil supor que Camões, no meio de tantas páginas inúteis de escrevinhadores que nos vão embotando e matando com os seus refinados revoluteios, se sentiria bem mais próximo desta contadora de estórias negra de 66 anos, e da sua lealdade ao repositório de tradições, conflitos e vivências de uma gente cujo sofrimento permanece invisível.
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