Aos 90 anos, Eduarda Chiote tem a graça e a virulência de quem se cansou já da perspectiva comedida de um mero e acagaçado mortal. Não tem paciência para aqueles que se admiram que mantenha a lucidez com a sua idade, e espanta-se mais que não se questionem como há por aí tanto jovem tão pouco lúcido, tão confrangedoramente amarrado a circunstâncias mesquinhas. Desafia as convenções, não só nos poemas, mas no olhar que ainda se espanta e deixa comover, angustiar e devorar pelo mundo. Eis a versão integral da entrevista a uma autora que se insurge face à mansidão desses que, carcomidos pelo medo, acatam tudo, e mais valia que hibernassem, esperando que a pandemia (ou a vida?) lhes passe ao lado.
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