Sp. Braga. A fase de negação tem de chegar ao fim


Mais de metade da equipa titular do Sp. Braga passou por um dos três grandes do costume. Quim e Ruben Amorim já estiveram no Benfica, Custódio e Hugo Viana passaram por Alvalade, Hélder Barbosa pelo FC Porto e Nuno André Coelho já foi dragão e leão. Do banco, na segunda parte, ainda saiu mais um…


Mais de metade da equipa titular do Sp. Braga passou por um dos três grandes do costume. Quim e Ruben Amorim já estiveram no Benfica, Custódio e Hugo Viana passaram por Alvalade, Hélder Barbosa pelo FC Porto e Nuno André Coelho já foi dragão e leão. Do banco, na segunda parte, ainda saiu mais um ex-FCP (Ukra) e outro ex-SLB (Nuno Gomes). É uma base sólida de jogadores que beberam de uma realidade diferente em Portugal. Neste momento, essa é também a realidade do Sp. Braga.


Leonardo Jardim pegou na obra feita e deu-lhe uns retoques. No início sofreu, agora colhe os frutos. Ganhou os últimos nove jogos da Liga e está a três pontos do primeiro lugar. Na sexta-feira vai assistir ao clássico entre Benfica e FC Porto com uma certeza: se ganhar ao Nacional no sábado ainda se aproxima mais (de pelo menos um deles).


O treinador tem evitado ao máximo dizer que o Sp. Braga é um verdadeiro candidato ao título. Percebe-se a expectativa para ver o que isto vai dar, mas começa a ser quase anedótico fugir à verdade: os minhotos têm de assumi-lo. Porque têm futebol – muito mais do que o Boavista de 2001, por exemplo – e porque os outros dois aspirantes a campeão já provaram que não são 100% fiáveis.


Por falar em fiabilidade, o dérbi com o V. Guimarães não ajudou muito à imagem de Nilson. O guarda-redes brasileiro, que tinha feito uma boa exibição há uma semana, frente ao Benfica, fez asneira ao fim de quatro minutos de jogo. Hugo Viana marcou um livre e no momento em que Elderson cabeceou para o 1-0 ainda Nilson estava a acabar a viagem da baliza até ao lateral do Sp. Braga. Quando lá chegou já só apanhou o corpo do nigeriano.


Um erro não era suficiente, por isso Nilson decidiu repetir o disparate. Foi aos 20 minutos e o primeiro actor da jogada – Hugo Viana – não mudou. Desta vez foi num canto, mas manteve-se o desfecho: assistência para golo. A bola foi parar à cabeça de Custódio, rapaz nascido e criado em Guimarães, com outra saída em falso de Nilson a dar uma ajuda.


A meio da primeira parte já se ouviam olés nas bancadas. O gozo cresceu ainda mais com a expulsão de Freire (aos 31’), num lance com Hélder Barbosa. A partir daí, o V. Guimarães passou a desejar apenas que o jogo acabasse. O Sp. Braga não desistia de marcar mais e nem se deixava assustar por uma grande oportunidade do adversário (aos 45’, por Edgar).


Só faltava mesmo esticar a corda até à goleada. Lima fez o sexto golo em três jogos, de penálti, e Ukra tratou do quarto para os bracarenses. Nuno Gomes ainda acertou no poste, mas já não deu para encher a mão. Não interessa: o Sp. Braga enche o olho e tem de pôr os olhos no título.