Los Angeles-2024: Ouro sobre bronze

Los Angeles-2024: Ouro sobre bronze


Boston abdica dos JO, Los Angeles aproveita a deixa e faz-nos recordar Rosa Mota, António Leitão mais Carlos Lopes


Um ouro e dois bronzes. Ainda hoje é a melhor participação de Portugal nos Jogos Olímpicos. Onde? Em Los Angeles. Quando? 1984. E então? Ora bem, Boston é a referência norte-americana para organizar os Jogos Olímpicos-2024 e anuncia a desistência. Vai daí, Los Angeles adianta-se à concorrência e começa a negociar com o comité olímpico dos EUA a candidatura.

"Será benéfico para a nossa cidade", confirma Eric Garcetti, presidente da câmara de LA. "Os Jogos Olímpicos estão no nosso ADN e vão permitir benefícios económicos-sociais." Isso seria ouro sobre bronze. Para as nossas cores. Para a nossa memória.

Tudo começa a 5 de Agosto, com a maratona feminina. É a primeira de sempre nos Jogos. Começam 50 de 28 países, acabam 44. A última é a brasileira Eleonora Mendonça, a primeira é a norte-americana Joan Benoit. A prata é da Noruega, por Grete Waitz. E o bronze é de Portugal, através de Rosa Mota, do CAP (Clube do Atletismo do Porto), a dois minutos e cinco segundos da vencedora.

Quase uma semana depois (dia 11), é a vez dos 5000 metros masculinos. O marroquino Said Aouita dá um banho memorável e bate o recorde olímpico com 13'05''59 minutos. Em segundo, o suíço Markus Ryffel. Em terceiro, António Leitão, do Benfica. É o segundo bronze de Portugal, que orgulho.

No dia seguinte, um domingo (já segunda-feira por cá), ouve-se A Portuguesa. Sim senhor, o nosso hino é entoado pela madrugada dentro. Culpa de Carlos Lopes, o primeiro de 107 atletas a cortar a meta e com o recorde olímpico de 2:09:21 horas (só será batido 24 anos depois). Um ouro e dois bronzes. É o melhor Portugal olímpico de sempre. Em Los Angeles. Aqueles ares fazem-nos bem.

* faz amanhã anos a vitória de Carlos Lopes na tal maratona e a RTP2 estreia um documentário de Ivan Dias às 00h16 (de quinta-feira, portanto)