Passos Coelho: “2012 será um ano de grandes transformações”


"2012 será um ano de grandes mudanças e transformações." As palavras são de Passos Coelho, que dirigiu ontem aos portugueses a primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, seis meses depois de o governo PSD/CDS-PP ter assumido funções, fechando assim o ano de 2011, marcado pela ajuda externa e pelas medidas de austeridade. Numa altura em…


"2012 será um ano de grandes mudanças e transformações." As palavras são de Passos Coelho, que dirigiu ontem aos portugueses a primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, seis meses depois de o governo PSD/CDS-PP ter assumido funções, fechando assim o ano de 2011, marcado pela ajuda externa e pelas medidas de austeridade.

Numa altura em que se discute se o governo deve ou não negociar as metas do défice , o primeiro-ministro voltou a insistir que 2012 será "determinante" devido aos "muitos compromissos para honrar, muitos objectivos orçamentais e financeiros para cumprir". "Mas sobretudo porque temos muitas reformas estruturais para executar", acrescentou. Neste final de ano, o governo tem insistido na mensagem de que 2012 é o ano das reformas estruturais. Seguindo essa mensagem, Passos disse ontem que pretende reformar com "profundidade" as estruturas económicas, porque as actuais "não permitem aos portugueses realizar todo o seu potencial, reprimem as suas oportunidades, protegem núcleos de privilégio injustificado, preservam injustiças e iniquidades, não recompensam o esforço, a criatividade, o trabalho e a dedicação." O primeiro-ministro diz ainda que o governo pretende "reformar a justiça", tornar "mais transparentes a máquina administrativa e as decisões públicas", "abrir a concorrência" e "agilizar a regulação e acelerar a difusão de uma cultura de responsabilidade no Estado, na economia e na sociedade".

Apesar dos objectivos que anunciou para o ano, Passos aproveitou para criticar o que tem sido a "degradação dos laços de confiança" ao longo dos anos, que tem prejudicado o desempenho económico do país. Um dos "objectivos prioritários" do governo para o próximo ano será "precisamente a recuperação e o fortalecimento da confiança" nas instituições e também nas relações profissionais e de cidadania. É que, admite, "as nossas estruturas e as nossas instituições, tanto políticas como económicas, nem sempre estão à altura do serviço que têm de prestar".

Ao longo destes seis meses de governo, Passos garante que ouviu muita gente de todo o país e diz estar "consciente dos problemas que tantos enfrentam". Mais: "Estou bem consciente das desigualdades e das injustiças de muitos aspectos da sociedade portuguesa." Num ano em que a taxa de desemprego continua a afectar sobretudo os jovens – o desemprego jovem superou já os 30% –, e depois de ter sugerido a emigração aos professores, Passos deixou uma mensagem aos mais novos "que querem começar a realizar os seus sonhos": "Uma sociedade que se preza não pode desperdiçar nem os seus jovens nem as pessoas que se encontram na fase mais avançada da sua vida activa."

O PS já reagiu e afirmou “esperar mais contrição” no discurso de Natal do primeiro-ministro, “pelas promessas não cumpridas e pela insensibilidade que o Governo revelou em tantas medidas” que concretizou desde que tomou posse, disse o secretário nacional do partido. 

o PCP criticou um “conjunto de palavras falsas” e apelou aos portugueses para que não se resignem e defendam o seu direito a melhores condições de vida. 

Por seu lado, o CDS elogiou a mensagem de Natal do primeiro-ministro, dizendo que foi “realista” e demonstrou “ambição”, referiu o porta-voz  João Almeida.