Microsoft. A tecnologia ao serviço dos mais desprotegidos de borla


São muitos os projectos da empresa, a maioria para fora, mas sem esquecer os da casa. O objectivo maior é que a tecnologia sirva para transformar a vida daqueles que podem menos: porque são pobres, porque são deficientes ou apenas por desconhecimento. E há sempre mais alguma coisa a fazer A Microsoft sempre escolheu ter…


São muitos os projectos da empresa, a maioria para fora, mas sem esquecer os da casa. O objectivo maior é que a tecnologia sirva para transformar a vida daqueles que podem menos: porque são pobres, porque são deficientes ou apenas por desconhecimento. E há sempre mais alguma coisa a fazer

A Microsoft sempre escolheu ter uma política de solidariedade social intensa, dedicando-se a causas que, ao longo do tempo, foi tomando como suas. O que não previa é que de repente, no pico da crise, o drama se instalasse na própria companhia, em Portugal.

Em 2012, a empresa apercebeu-se de um problema de que não estava à espera. Muitos dos seus trabalhadores, alguns com cargos de topo, viram-se confrontados com uma situação nova: ficar com o cônjuge, marido ou mulher, no desemprego. Com todas as consequências inerentes.

A questão era como ajudar, mas a empresa não hesitou. Tão depressa quanto possível pôs em marcha um plano, em parceria com a Randstad, e passou a ajudar as famílias na tarefa de reintegração no mercado de trabalho.

“Fizemos a primeira e a segunda edição deste programa, mas no ano passado já não houve necessidade. As coisas parecem estar melhor, mais compostas. Este ano vamos voltar a avaliar até que ponto vale a pena reeditar a iniciativa”, conta Vânia Neto, directora de cidadania e responsabilidade social da Microsoft.

apoios a pessoas com deficiência Mas o que não falta são projectos na área da economia social. “A Microsoft prefere agir mais numa lógica da capacitação do que apenas na mera lógica existencialista do dinheiro”, afirma Vânia Neto. Por exemplo, no último ano a empresa gastou perto de 4 milhões de euros a combater a pirataria informática, através da oferta de software a pessoas com deficiência, autismo e dificuldades na fala, no âmbito do programa “vox for all” ou da oferta de tablets às alas de pediatria dos hospitais de Santa Maria e da Luz e também ao IPO – Instituto Português de Oncologia. Mas a doação de software é feita em Portugal desde 2007 e já custou de 15 milhões de dólares.

Actualmente, existe também a possibilidade de adesão ao serviço Office 365 para instituições sem fins lucrativos, que disponibiliza a estas organizações o mesmo Office na Cloud que é disponibilizado às empresas, com o objectivo de ajudar na sua modernização e produtividade. Desde Junho já aderiram ao programa mais de 100 instituições portuguesas. Neste contexto, a empresa está neste momento a ultimar uma aplicação tecnológica para a área da saúde, revela a directora. Mas por enquanto os pormenores são segredo.

Na lógica da capacitação, a Microsoft, que é a única empresa privada que faz parte do Consórcio Internet Segura, tem um programa em colaboração com a PSP, no âmbito do qual dá formação nas escolas: a alunos, professores e também pais – “que às vezes são os piores inimigos, quando colocam determinadas publicações, incluindo fotografias, nas redes sociais”, diz Vânia Neto. O objectivo é combater o ciberbullying e ensinar a usar a internet com sabedoria.

Esta é, além do mais, uma proposta de voluntariado e na semana passada estiveram envolvidos na actividade de “ser professor por um dia” mais de 100 colaboradores da companhia, quase um terço do número total de trabalhadores.

70 mil euros para Transformar vidas Outro projecto em que a Microsoft está empenhada, e no qual investe cerca de 70 mil euros por ano, é o CDI Portugal, desenvolvido por uma ONG (organização não governamental) e que tem por objectivo transformar vidas através da tecnologia.

A CDI foi fundada em 1995 por Rodrigo Baggio, no Brasil, por acreditar que as tecnologias da informação e de comunicação podem ser um meio eficaz para mobilizar e transformar as vidas das comunidades mais desfavorecidas em Portugal. “A ideia é promover a inclusão social, a literacia digital, a construção e o exercício da cidadania activa de forma sustentável e duradoura”, através de diversos projectos. Existem já oito centros no país.