A Iniciativa Liberal (IL) pediu esta quinta-feira a audição parlamentar de sete pessoas ligadas à gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). O partido justifica o pedido com “versões contraditórias” e “matéria muito preocupante”.
“Não queremos tirar conclusões precipitadas relativamente a esta matéria, por isso é fundamental que estas pessoas venham à comissão. Algumas delas já cá estiveram há não muitos meses, mas apresentaram versões contraditórias entre si”, explicou o presidente da IL.
De acordo com Rui Rocha “há factos que apontam para perdas financeiras na ordem dos 50 milhões de euros, que poderão ser bem superiores a essas, no projeto de internacionalização da Santa Casa da Misericórdia”. Para além disso, disse, há “versões contraditórias nomeadamente entre a ex-ministra Ana Mendes Godinho e elementos responsáveis pela gestão da Santa Casa”.
“Nós pretendemos com esta vinda deste conjunto de pessoas à comissão competente se possa caminhar no esclarecimento daquilo que parece ser para já um péssimo negócio, mas onde existe também notícia de gestão e interferência política”, referiu, citado pela agência Lusa.
Assim, da lista das sete pessoas ligadas à gestão da instituição que a IL quer ouvir fazem parte Ana Mendes Godinho, ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Eurico Brilhante Dias, ex-secretário de Estado da Internacionalização, a provedora Ana Jorge e o ex-provedor Edmundo Martinho.
“Queremos ouvir Ana Vitória Azevedo, ex-vice-provedora, tendo-se demitido há poucos dias, apontou precisamente para uma situação em que é uma questão não só de perdas financeiras, mas é também uma questão de gestão política”, disse Rui Rocha. “Há aqui matéria muito preocupante e queremos aprofundar e esclarecer se é isto, que já por si é grave, ou se é até mais do que isto”, acrescentou.
A lista de pessoas que a IL quer ouvir na no parlamento fica completa com os ex-administradores Ricardo Gonçalves e Francisco Pessoa e Costa.