Contra o fim do dinheiro físico e do policiamento da liberdade


Os Estados, não só o português, querem acabar com o dinheiro vivo para poderem controlar a vida da maioria das pessoas.


Há uns meses fui com um amigo, empresário hoteleiro, a uma dependência bancária onde pretendia fazer um levantamento de dinheiro, ao que lhe foi dito que teria que se deslocar a outra dependência, pois aquela não ‘dava’ dinheiro. Lá fomos a outra dependência e quando chegámos disseram-nos que só podia levantar até 2.500 euros. A partir desse valor tem que dizer qual o destino do mesmo, disseram-lhe. “São as regras”, acrescentaram. O meu amigo ainda protestou, dizendo que o dinheiro foi ganho legitimamente e que o banco não tem nada que saber onde o vai gastar. Nada feito, acabando a funcionária por aconselhá-lo a colocar o cheque na máquina de multibanco, onde poderia levantar o tal dinheiro permitido. O absurdo é evidente: o dono do seu dinheiro não pode fazer com ele o que bem entender sem dar justificações. E ainda se fala no tempo da PIDE. Atualmente, os direitos conquistados com a Revolução de Abril estão a esfumar-se e não se pode fazer muita coisa sem o Estado saber. Isto faz algum sentido? Mas o Estado tem de saber se gasto o dinheiro em farras ou em associações de caridade? Não posso querer o anonimato?

As voltas que as regras bancárias deram, algumas com um sentido nobre de tentar que o dinheiro não seja empregue em atividades criminosas, como fomentar o terrorismo, acabaram por retirar liberdade a todos.

Como é óbvio, os Estados, não só o português, querem acabar com o dinheiro vivo para poderem controlar a vida da maioria das pessoas. Além do já falado atentado à liberdade individual de cada um, há ainda a exclusão de milhões de pessoas idosas que vivem o seu tempo sem o recurso às novas tecnologias, e isto é miserável.

Quando os bancos dão lucro é natural que fique contente, pois todos sabemos o que acontece quando dão prejuízos e precisam de injeção de capital dos contribuintes. Mas não abusem do policiamento, das taxas e taxinhas – o que dizer de ter de se pagar para depositar moedas? –, do prazo de validade dos cartões, entre outras.

P. S. Também parece óbvio que a CGD não deve fechar balcões em zonas remotas, pois tem a obrigação de prestar um serviço social às populações mais envelhecidas. Ou será que os CTT já chegaram à CGD?

Contra o fim do dinheiro físico e do policiamento da liberdade


Os Estados, não só o português, querem acabar com o dinheiro vivo para poderem controlar a vida da maioria das pessoas.


Há uns meses fui com um amigo, empresário hoteleiro, a uma dependência bancária onde pretendia fazer um levantamento de dinheiro, ao que lhe foi dito que teria que se deslocar a outra dependência, pois aquela não ‘dava’ dinheiro. Lá fomos a outra dependência e quando chegámos disseram-nos que só podia levantar até 2.500 euros. A partir desse valor tem que dizer qual o destino do mesmo, disseram-lhe. “São as regras”, acrescentaram. O meu amigo ainda protestou, dizendo que o dinheiro foi ganho legitimamente e que o banco não tem nada que saber onde o vai gastar. Nada feito, acabando a funcionária por aconselhá-lo a colocar o cheque na máquina de multibanco, onde poderia levantar o tal dinheiro permitido. O absurdo é evidente: o dono do seu dinheiro não pode fazer com ele o que bem entender sem dar justificações. E ainda se fala no tempo da PIDE. Atualmente, os direitos conquistados com a Revolução de Abril estão a esfumar-se e não se pode fazer muita coisa sem o Estado saber. Isto faz algum sentido? Mas o Estado tem de saber se gasto o dinheiro em farras ou em associações de caridade? Não posso querer o anonimato?

As voltas que as regras bancárias deram, algumas com um sentido nobre de tentar que o dinheiro não seja empregue em atividades criminosas, como fomentar o terrorismo, acabaram por retirar liberdade a todos.

Como é óbvio, os Estados, não só o português, querem acabar com o dinheiro vivo para poderem controlar a vida da maioria das pessoas. Além do já falado atentado à liberdade individual de cada um, há ainda a exclusão de milhões de pessoas idosas que vivem o seu tempo sem o recurso às novas tecnologias, e isto é miserável.

Quando os bancos dão lucro é natural que fique contente, pois todos sabemos o que acontece quando dão prejuízos e precisam de injeção de capital dos contribuintes. Mas não abusem do policiamento, das taxas e taxinhas – o que dizer de ter de se pagar para depositar moedas? –, do prazo de validade dos cartões, entre outras.

P. S. Também parece óbvio que a CGD não deve fechar balcões em zonas remotas, pois tem a obrigação de prestar um serviço social às populações mais envelhecidas. Ou será que os CTT já chegaram à CGD?