O ministro da Educação cessante admitiu esta quarta-feira que “há pontos convergentes” entre os programas eleitorais do PS e da Aliança Democrática (AD). Segundo João Costa, um dos possíveis entendimentos poderá passar pela recuperação do tempo de serviço dos professores.
À margem da cerimónia de apresentação da nova campanha “Portugal Chama 2024-2026”, o ainda ministro da Educação afirmou que “há pontos convergentes entre os programas da AD e do PS”, considerando ser “possível entendimentos e momentos de acordo” na legislatura que se segue.
Questionado se a recuperação do tempo de serviço dos professores podia ser um desses entendimentos, João Costa, que falava como militantes socialista, disse que sim, que esse é “um ponto comum”.
A recuperação do tempo de serviço dos professores foi a principal reivindicação dos docentes na última legislatura, o que levou a várias greves e manifestações.
Questionado sobre se não haverá uma contradição sobre o PS não ter disponibilizado o dinheiro para esta recuperação durante a última legislatura, o ministro respondeu que a prioridade passou pela vinculação de 22.500 professores.
João Costa, citado pela agência Lusa, disse também que o PS “não pode entregar a oposição ao Chega” e não deve anular-se “enquanto principal partido da oposição”, o que seria “muito mau para a democracia”.
“Seria ter uma oposição única entre ter partidos democráticos por um lado e aquilo que é um partido populista e antissistema”, precisou, relembrando a atitude dos 12 deputados do Chega nos últimos dois anos, que considerou ter sido “bastante indigna”.
Nesse sentido, acrescentou temer “o pior” sobre o futuro na Assembleia da República com 48 deputados do Chega.