Debates. IL defende “energias nucleares” e PAN quer economia verde

Debates. IL defende “energias nucleares” e PAN quer economia verde


Os líderes da IL e do PAN debateram no final da tarde, desta sexta-feira, na SIC Notícias. Estão ainda marcados para hoje debates entre o PS e Livre (RTP) e o Chega e PCP (CNN).


O líder da Iniciativa Liberal (IL) Rui Rocha e a Porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, estiveram, esta sexta-feira, a debater, na SIC Notícias, na pré-campanha para as Eleições Legislativas de 2024.

Ambos os partidos começaram o debate abordando os mais recentes desenvolvimentos da situação governamental dos Açores. A porta-voz do PAN assegurou que respeita a autonomia regional do partido, contudo, deixa o aviso: “Não damos cartas em branco a ninguém”.

Rui Rocha, por sua vez, explica que a IL analisará “caso a caso” as propostas de Governo no arquipélago açoriano. “Estaremos a avaliar com sentido de responsabilidade”, diz o dirigente liberal, deixando em aberto a possibilidade de viabilizar um governo minoritário.

Os liberais defendem ainda, segundo Rui Rocha, o fim do “clientalismo” nos Açores, contudo, Inês Sousa Real discorda e relembrou que a IL votou várias propostas do PAN nesse sentido.

Economia verde ou “Energias Nucleares”

Ao fecharem a temática dos açores, ambos os líderes abordaram a temática da economia ligada ao clima. A Porta-Voz do PAN, justificou que “toda a meta de crescimento passa pela economia verde”, uma das ideias que é bandeira do partido.

Já Rui Rocha, justifica que os liberais reconhecem a problemática do clima, contudo, defendem que a “urgência climática” não pode ser usada para justificar todas as decisões políticas.

“A discussão deve ser tida no sentido de haver crescimento económico” explicou o dirigente da IL, que aproveitou para apresentar o “manifesto ambiental” do partido.

A discussão depois avançou para as energias nucleares, ponto de divergência no programa de ambos os partidos

O PAN explica que uma aposta de energias nucleares em Portugal enfrentaria algumas dificuldades, face à situação de seca em Portugal. Em contrapartida o líder da IL defende exatamente o contrário, que “Portugal tem ótimas condições” para essas energias, usando como exemplo a Alemanha, que sem uma aposta nuclear ficou refém da energia da Rússia.

Inês de Sousa Real manteve a mesma postura, energia nuclear em Portugal acarreta “demasiados riscos” para a porta-voz do PAN, além de ser “uma produção muito mais cara”.

“O liberalismo põe em causa o Estado social”

Já na temática salarial, ambos os líderes foram interrogados relativamente ao salário dos jovens, uma preocupação que ambos os partidos partilham.

Rui Rocha começou por sublinhar que a missão da IL é que os portugueses deixem de ter de emigrar para ter melhores condições de vida. “Quero um país no qual os jovens possam ficar” admitiu o liberal, que quer eliminar o IMT e o imposto de selo. A IL pretende também criar um “cheque-creche”, que irá ajudar as famílias a colocar filhos em estabelecimentos de ensino.

Inês de Sousa Real, face as propostas da IL, passou prontamente para a ofensiva, acusando os liberais de “vender um bilhete para o parque de diversões que não está ao acesso de todos”, pois as medidas da IL não apoiam todos os portugueses.

“O liberalismo põe em causa o estado social”, acusou a porta-voz do PAN, relembrado, de seguida, várias medidas que os liberais não aprovaram.

O líder da IL recordou, em sentido contrário, que o PAN aprovou todos os Orçamentos de Estado do executivo de António Costa: “Não queremos viabilizar orçamentos a António Costa. A Inês viabilizou todos os orçamentos que levaram o País a esta situação”.

A situação dos professores

No final do debate, quando foi abordada a luta dos professores, Inês de Sousa Real explicou que a escola constitui “uma forma de igualdade”, deixando por clarificar quando tempo deve ser recuperado aos docentes, justificando que a decisão só deve ser tomada após a divulgação de um estudo.

Rui Rocha, apesar de concordar com ‘adversária’, neste debate, apresentou também, como solução, o regresso de “professores reformados” disponíveis.