Ucrânia. Quem será o próximo fornecedor de tanques de guerra?

Ucrânia. Quem será o próximo fornecedor de tanques de guerra?


Depois de receber reforços no seu arsenal, a Ucrânia pode receber ainda mais tanques de guerra de países como o Reino Unido ou a Alemanha.


Numa altura em o Ocidente reforça o arsenal ucraniano de forma declarada, a Rússia alertou que o envio de armamento pesado apenas irá “aprofundar o sofrimento do povo ucraniano” e que não mudará a rota do conflito.

“As ações irresponsáveis do Ocidente e o fornecimento de munições ao regime de Kiev não apenas multiplicam o número de vítimas e atrasam o fim do conflito na Ucrânia, mas também podem arrastar a NATO para um confronto militar direto com a Rússia. No entanto, em vez de parar, os aliados ocidentais da Ucrânia aumentam estes apoios”, escreveu no Twitter a conta da embaixada russa no Reino Unido, enquanto o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas que novas remessas de armas pesadas e defesas aéreas “não iram mudar nada”.

Apesar dos recados do Kremlin, os apoios à Ucrânia podem não ficar por aqui, com o Reino Unido a considerar pela primeira vez enviar tanques de guerra para o país invadido.

Apesar de ainda não ter sido tomada qualquer decisão, segundo a Sky News, a entrega de tanques de batalha Challenger 2 do exército britânico está em cima da mesa e vai ser debatida nas próximas semanas.

Caso o envio obtenha luz verde, o Reino Unido torna-se o primeiro país a “responder aos apelos dos líderes da Ucrânia para equipar as suas forças armadas com tanques poderosos”, escreve o Guardian, acrescentando que este apoio poderia incentivar outros aliados, como a Alemanha, a enviar armamento mais poderoso.

Neste momento, o governo alemão, que já enviou tanques Marders, ainda não apresentou a intenção de enviar veículos mais potentes para a Ucrânia, informou um porta-voz. No entanto, o ministro da economia alemão, Robert Habeck, afirmou que Berlim não pode descartar a entrega de tanques Leopard, um modelo mais pesado que os Marders.

Entretanto, o governo russo rejeitou os rumores segundo os quais Moscovo estaria a tentar negociar um acordo de paz com a Ucrânia e outras autoridades europeias.

O secretário do conselho nacional de segurança e defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, afirmou à emissora pública do país, na passada quinta-feira, que o vice-chefe da administração presidencial da Rússia, Dmitry Kozak, teve reuniões com autoridades europeias na tentativa de forçar Kiev a assinar um acordo de paz desfavorável. Questionado sobre estas afirmações, o porta-voz do Kremlin acusou de serem “outra farsa”.

 

Ataque em mercado

As autoridades ucranianas acusam a Rússia de ter cometido um crime de guerra depois das forças invasoras terem lançado, esta segunda-feira, mísseis contra um mercado na vila de Shevchenkove, na região de Kharkiv. Este ataque fez duas vítimas mortais, incluindo uma mulher de 60 anos, e provocou diversos feridos, nomeadamente uma menina de dez anos.

“O exército russo cometeu outro ato de terror contra a população civil – uma criança foi ferida, duas mulheres foram mortas”, disse o escritório do procurador regional, citado pelo Al Jazeera. “Um míssil inimigo atingiu o território do mercado local”.

Segundo as autoridades, será aberto uma investigação sobre um possível crime de guerra, referindo informações preliminares de que o ataque teve origem num sistema de defesa aérea S-300 na região de Belgorod, na Rússia, na fronteira com a Ucrânia.