Lula e o apoio dos artistas


Era uma época em que os jovens lutavam por causas e tinham uma forte consciência ideológica. Hoje, pelo contrário, os mais novos não escondem o seu enorme desinteresse pela política, aliás espelhado nas altas taxas de abstenção.


Há mais de 50 anos Woodstock foi um poderoso foco de protestos contra a guerra do Vietname. Mais ou menos por essa altura, as músicas de Bob Dylan passavam mensagens contra a discriminação social e John Lennon, em Imagine, falava de um mundo diferente, sem fronteiras nem conflitos.

Era uma época em que os jovens lutavam por causas e tinham uma forte consciência ideológica. Hoje, pelo contrário, os mais novos não escondem o seu enorme desinteresse pela política, aliás espelhado nas altas taxas de abstenção.

Ainda assim, estranhamente, tem-se tornado cada vez mais comum os grandes concertos virarem verdadeiros comícios.

Ainda recentemente, a cantora brasileira Anitta – a mesma que subiu ao palco do Rock in Rio, em Lisboa, com uma bandeira de Espanha – declarou o seu apoio a Lula da Silva e o seu ódio a Jair Bolsonaro.

São muitos os artistas e intelectuais brasileiros que têm dado o seu apoio a Lula: além de Anitta, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque, só para citar os mais conhecidos.

Depois, surge um nome um pouco mais insólito: o do vocalista dos Pink Floyd, Roger Waters. “O Lula é candidato à presidência e ele deve ter o nosso apoio, porque ele já esteve nessa posição, é um candidato verdadeiro e confiável para as pessoas do Brasil”, explicou, como se estivesse a falar com crianças ou com pessoas com problemas cognitivos.

É espantoso como um homem que liderou um dos governos mais corruptos de que o Brasil tem memória consegue reunir tanto consenso à sua volta.

Não sei qual será a influência que estes artistas têm sobre os eleitores, se arrastam ou não votos, se os seus apelos são ou não ouvidos.

Mas sei que associarem o seu nome a um político como Lula, um homem com uma sede de poder imensa, uma clientela duvidosa e um historial problemático, acaba por manchá-los um pouco. E outra coisa: democracia devia ser também aceitar que as pessoas são adultas e deixá-las pensar pela sua própria cabeça.

Lula e o apoio dos artistas


Era uma época em que os jovens lutavam por causas e tinham uma forte consciência ideológica. Hoje, pelo contrário, os mais novos não escondem o seu enorme desinteresse pela política, aliás espelhado nas altas taxas de abstenção.


Há mais de 50 anos Woodstock foi um poderoso foco de protestos contra a guerra do Vietname. Mais ou menos por essa altura, as músicas de Bob Dylan passavam mensagens contra a discriminação social e John Lennon, em Imagine, falava de um mundo diferente, sem fronteiras nem conflitos.

Era uma época em que os jovens lutavam por causas e tinham uma forte consciência ideológica. Hoje, pelo contrário, os mais novos não escondem o seu enorme desinteresse pela política, aliás espelhado nas altas taxas de abstenção.

Ainda assim, estranhamente, tem-se tornado cada vez mais comum os grandes concertos virarem verdadeiros comícios.

Ainda recentemente, a cantora brasileira Anitta – a mesma que subiu ao palco do Rock in Rio, em Lisboa, com uma bandeira de Espanha – declarou o seu apoio a Lula da Silva e o seu ódio a Jair Bolsonaro.

São muitos os artistas e intelectuais brasileiros que têm dado o seu apoio a Lula: além de Anitta, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque, só para citar os mais conhecidos.

Depois, surge um nome um pouco mais insólito: o do vocalista dos Pink Floyd, Roger Waters. “O Lula é candidato à presidência e ele deve ter o nosso apoio, porque ele já esteve nessa posição, é um candidato verdadeiro e confiável para as pessoas do Brasil”, explicou, como se estivesse a falar com crianças ou com pessoas com problemas cognitivos.

É espantoso como um homem que liderou um dos governos mais corruptos de que o Brasil tem memória consegue reunir tanto consenso à sua volta.

Não sei qual será a influência que estes artistas têm sobre os eleitores, se arrastam ou não votos, se os seus apelos são ou não ouvidos.

Mas sei que associarem o seu nome a um político como Lula, um homem com uma sede de poder imensa, uma clientela duvidosa e um historial problemático, acaba por manchá-los um pouco. E outra coisa: democracia devia ser também aceitar que as pessoas são adultas e deixá-las pensar pela sua própria cabeça.